segunda-feira

As cidades

Todos sabemos que as cidades são pólos de produtividade económica e centros de concorrência que permitem criar condições e serviços que constituem a base social da força económica dum território. Acresce que a força de trabalho qualificada depende cada vez mais da competitividade económica na nova economia, a qual carece de um sistema educacional para as suas crianças, bons transportes públicos, segurança, espaços verdes e uma oferta cultural significativa.
Por outro lado, as cidades desenvolvem um crucial papel de manutenção e de integração sociocultural entre as várias populações que a compõem, i.é, entre o tecido multi-étnico que a integra e que faz, por exemplo, de Lisboa já uma cidade global. Integrando dezenas de milhares de pessoas oriundas de vários países, várias religiões, com origens linguísticas e níveis socioeconómicos diferentes. Ou seja, caberá perguntar que políticas a autarquia de Lisboa, embrenhada que está num vendaval político que a impede de pensar em políticas públicas positivas, tem desenvolvido a fim de integrar no plano sociocultural diferentes populações, sem que daí resulte a construção duma cidade fragmentada ou culturalmente intolerante.
Em 3º lugar, é sabido que as cidades são fundamentais na medida em que representam forças de gestão política. Significa isto que as cidades têm uma dupla legitimidade sobre o Estado-nacional: 1) têm maior legitimidade junto de quem representam; 2) e têm mais agilidade e rapidez na tomada de decisão no plano das instituições nacionais, porque se encontra mais perto dos cidadãos, dos seus interesses e preocupações.
Em rigor, as cidades são pólos geopolíticos de dimensão cultural e económica específicos capazes de coordenar interesses e de governar a actividade política no plano de maior proximidade dos cidadãos. Quando tentamos perceber que relação existe entre o que dissemos e a actual gestão política em Lisboa ficamos completamente mudos, surdos e cegos. Porque cego, surdo e mudo tem sido a conduta do actual edil que só par hazard ocupa a cadeira da maior autarquia do País.