segunda-feira

Armadilhas políticas nas eleições francesas

Dahan é um cómico impostor que se faz passar por quem não é, evidentemente. Além disso é também amigo pessoal de Sarkosy, o candidato melhor colocado para vir a ser o novo PR de França. O resultado é óbvio: um assassínio de carácter a Segoléne - que caíu na armadilha... Parece que em política vale mesmo tudo. Até faz lembrar aqueles líderes partidários que após terem sido ofendidos por Alberto João da Madeira fazem as pazes políticas em nome do mero calculismo político e da relação de forças no terreno. Veja-se o enredo da tramóia...
Ségolène Royal «apanhada» por imitador Candidata falou com humorista pensando tratar-se do PM do Québec "Ségolène Royal «apanhada» por imitador"
França: sondagem dá vitória a Sarkozy
A candidata socialista à presidência francesa, Ségolène Royal, foi vítima do humorista Gérald Dahan, que decidiu telefonar-lhe fazendo-se passar pelo primeiro-ministro da região canadiana do Québec, Jean Charest. Durante a conversa, o imitador abortou o aparente apoio da dirigente socialista à independência da região francófona do Canadá, assim como o tema da ilha francesa da Córsega, onde existe um movimento independentista.
A chamada telefónica aconteceu na passada quarta-feira, quando Dahan - considerado próximo do candidato de direita ao Eliseu, Nicolas Sarkozy - assumiu a pele de Jean Charest para falar com Royal, sob pretexto das declarações que a socialista havia feito no dia anterior, em que se pronunciara sobre o direito dos habitantes do Québec a decidirem sobre a sua independência. «Como todas as democracias, o povo que vota é soberano e livre, portanto, os quebequenses decidirão livremente sobre o seu destino, quando chegar o momento de se pronunciarem», dissera a candidata.
Excertos da conversa com o humorista foram difundidos pela emissora RTL, esta sexta-feira, em que Royal se referiu também à região francesa da Córsega, onde existe um movimento que pretende a independência da ilha. «Os franceses não estariam contra [a independência da Córsega]. Não repita isso. Criaria um novo incidente», disse a dirigente, entre gargalhadas, citada pela edição electrónica do jornal El Mundo,pensando estar a falar com Charest - cujo porta-voz veio depois desmentiu a existência de qualquer contacto.
Estas declarações indignaram Sarkozy, que disse estar «consternado» devido a este incidente, considerando que a Córsega não é um assunto para brincadeiras». O líder de direita acusou Royal de «desconhecimento ou incompetência».
A conversa telefónica com o humorista levou ainda a que candidata socialista chegasse atrasada a um debate. Royal explicou que tinha estado a falar com o primeiro-ministro do Québec, adiantando que Jean Charest havia endereçado cumprimentos para todos os presentes."