Uma justificação (literária) e política para a homossexualidade
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O PS anda às voltas intestinais porque dentro em breve terá de discutir uma catadupa de questões conexas, e que quanto a nós são do exclusivo foro íntimo: o aborto, a homossexualidade e, em menor latitude, a adopção de crianças por casais homossexuais. Mas deixemos agora a filigrama política
desses pormenores, e centremos a atenção no apoio que Fernando Pessoa deu a António Botto (1897-1959), poeta de Concavada (cfr., sua casa), concelho de Abrantes, na sua edição aumentada de as Canções (1922). Porque razão Pessoa o fez? Talvez para promover o livro do seu amigo Botto... Pessoa chegou mesmo a publicar um artigo em que justificava a homossexualidade de Botto como uma expressão natural do seu ideal estético inspirado na Grécia antiga. Artigo esse que desencadeou uma guerra jornalística e panfletária de que Pessoa foi um dos combatentes mais destacados.
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PS: Se a moda pega amanhã veremos o Parlamento incendiado com artigos panfletários por entre acusações, ameaças e muitas, muitas outras paneleirices... Pedimos desculpa por ter utilizado a palavra "paneleirices", pensámos em utilizar mariquicices, mas julgámos pior. A vida também é feita destas filigramas, sem elas nem a poesia, a prosa ou qualquer outra actividade intelectual ou cultural teriam tanto sal: o sal da vida.
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