terça-feira

Jumentório: fait-diver e islamices guerreiras

A revista Visão entendeu que o Jumento surpreendeu porque expôs uma foto de Brigitte Bardot à propos duma discussão ideológica que desencadeou na blogosfera e que, por sequência, o Macroscópio também seguiu de perto. Mas o que me surpreende a mim é o perfil da surpresa que a Visão espelhou nesse fait-diver, pois não seria bem mais lógico e até inteligente registar um outro efeito de surpresa que não se circunscrevesse apenas aos seios de BB (!?): é que o Jumento, para bem ou mal dos nossos pecados, surpreende todos os dias pela qualidade, pelas ideias, pela massa crítica, pelo grafismo e o mais. Havendo alí imenso pasto a que o responsável pelo flash se pudesse agarrar, mas foi logo colar-se às pretuberâncias de BB, descurando as ideias subjacentes a essa discussão - "bombordo e estibordo". E faria bem que veiculasse algumas delas, em lugar de manter sempre os mesmos cronistas que mais parecem os móveis Luís XIV numa casa a carecer de urgente remodelação - que só faz com que a revista perca leitores semanalmente. Na prática, o que a Visão fez foi trocar as ideias do Jumento pelas maminhas da BB descurando, en passent, o que estava por de trás delas, a cintilar. E se pensou que teceu um elogio acabou por dar um tiro no pé, tal a misogenia do gesto. Qual o porquê de tanta omissão? Consabidamente, Pito Balsemão era sôfrego por esse tipo de "petiscos" femininos, pergunto-me se não foi ele o autor dessa escolha. Ao fim e ao cabo, a revista em causa podia ter-se feito acompanhar ao lado do Jumento com outras albardas e adereços, mas, infelizmente, as coisas são como são... Fiquem com os "megas-ferreiras" porque assim perdem os leitores ainda mais depressa. Basta pensar um pouco...
Ainda no âmbito das declarações do Papa Bento XVI, o Jumento oferece-nos a sua visão dos factos, por sinal convergente com a nossa. E a bem da Liberdade de expressão do Ocidente, claro está!!!

Independentemente da interpretação que possa ser feita das palavras de Bento XVI uma coisa é certa, os não muçulmanos do mundo não podem viver com medo dos que professam aquela religião, sejam os fundamentalistas ou os moderados, nem é aceitável que a liberdade de expressão seja condicionada por um conceito medieval de religião.

Se os muçulmanos não gostam de cartoons que não os vejam, se não gostam de ouvir Bento XVI que não o ouçam, se querem manter as suas práticas medievais que as mantenham, mas se querem impor aos outros povos as suas opiniões na base do medo, então teremos que dizer-lhes basta.

Concordo com as palavras do Papa, e as únicas dúvidas que tenho em relação a elas é o passado da Igreja Católica bem representada na Inquisição, de que o próprio Papa foi herdeiro enquanto presidente da Congregação para a Doutrina da Fé, mas não posso aceitar que os muçulmanos venham impôr restrições à liberdade de expressão num país europeu. Por este andar há menos liberdade na Europa do que havia no Al Andaluz, só porque o islamismo em vez de evoluir regrediu.