quinta-feira

A "fuga" de Marcello Caetano: do drama à tragédia

Todos sabemos que Marcello Caetano era um homem superiormente inteligente, mas não conseguiu verter essa mais-valia na política com vantagens para Portugal. Era um filho do regime: cresceu e formou-se nele. O regime ditatorial estava demasiado impregnado... Tinha nele o seu ADN, e só muito dificilmente faria uma ruptura. Os hábitos enraizados não se deixam assim sem mais nem menos, mesmo nas rotinas mais simplórias, como deixar de fumar, por exemplo... E a este propósito desejaríamos saber se o nosso amigo - que já regressou da terra dos Kangurús - já diminui esse trágefo dos fumos da morte... Mas no que respeita a Marcello a estória que passamos a contar pode bem ajustar-se ao seu dramático fim.
  • - Vejamos:
- Marcello ouviu bater à porta e, julgando que era o senhorio, saltou pela janela para a escada de salvação, mas enganou-se.
- Não era o senhorio?
- Não havia escada...
  • Post dedicado à superior inteligência de Marcello e ao legado científico que nos deixou - pelo qual estudámos e aprendemos, provando que com pequenos ditadores também se pode aprender e reflectir, sobretudo quando eles são talentosos. Infelizmente, os cubanos não podem dizer o mesmo, e há 50 anos que comem barbas agora cozinhadas com intestinos... Enfim, também a aqui as ditaduras guardam as suas idiosincrasias, sendo certo que uns homens são mais inteligentes do que outros, mas as ditaduras oprimem sempre o povo e, nessa qualidade, são sempre más.