quinta-feira

"Leri altri" em transalpino - Ler os outros -

O DON COLEONE – SEGUNDO EPISÓDIO, no Jumento Como foi dito no primeiro episódio [Link] o Don Corlione é pura ficção, e as muitas coincidências que por aí possa existir são isso mesmo, puras coincidências. Para Evitar confusões vamos designar ministério por ministério DC, secretaria de estado por SEDC e direcção-geral por DGDC. Ao retomar a história do Don Corleone vamos voltar um pouco atrás e traçar o seu perfil, explicar como se passa de figura desconhecida ao estatuto de padrinho. No caso do nossos Don Corlone a história começa há mais de vinte anos na figura de um jovem assessor todo-poderoso de um poderoso governante. Nessa altura era conhecido só por Corleone. (...)
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SÃO TUDO BONS RAPAZES

Lemos aqui no Jumento este episódio de mafia à portuguesa. Lemos também que se encontra em regime de trabalhos ligeiros, a meio gás... Lembram-se nas meninas da botija? Terá sido... Esperemos que não seja por isso, muito menos por "inveja" ou por algum "mimetismo" para com a classe que nos legisla: os srs. deputedos. Enfim, ao que vejo sugere-me uma novela interessante de seguir. Faz lembrar algumas das histórias que víamos nos filmes de Al Capone, só que à portuguesa. Esperemos, contudo, é que não se conte tudo tal qual se passou, porque muitas pessoas ainda estão vivas e podem morrer de ataque cardíaco ou de AVC ao verem reproduzidas as estórias de que elas próprias foram autoras. Ou alguns filhos dos visados a ligarem para o pai, dizendo: olhe papá o nosso apelido anda entalado nas curvas da ilicitude... Esperemos ainda que não sejam reproduzidas estórias parecidas com as de Al Capone, que um belo dia desconfiou de três dos colaboradores: o Giunta, o Scalise e o Anselmi. Tudo goodfellows, só que havia um pequeno problema com eles. Esta rapaziada portou-se mal, e quando assim é há que enfeitar a mesa, dourar um belo convite e preparar um garboso jantar. Ora foi isso mesmo que Al fez. Dias depois à deslealdade ter sido descoberta, Capone ofereceu à "troika de convidados", na linha da boa tradição siciliana de saber receber, um grande banquete, com música de banda e tudo. Até os faizões pareciam tocar ou dançar aos sons dos trombones. Enfim, o caldo de hospitalidade foi magnífico, e convidados, coitados!!!, sentiam-se verdadeiros príncipes. Depois daquele belo repasto, melhor certamente do que os fardos de palha que o Jumento deverá dar ao seu Jericó, (digo eu!!), veio o pior. Logo depois da refeição aqueles três homens foram espancados até à morte. Mais tarde o médico legista que os apreciou referiu que não havia área do corpo que não tivesse coberta de contusões, hematomas e de ossos partidos. Tudo isto, claro está, antes de serem efectivamente mortos com uma bala na nuca. Só para certificar. Era o estilo Capone no seu melhor. Ficou a lição, até hoje: Hospitalidade antes da execução. Por isso, é que janto sempre em casa. Creio que é preferível morrer no lar com uma explosão de gás, em família, com o cão, o canário e o piriquito a chilrear do que morrer com uma bala na nuca, como Anselmi, Giunta e Scalise. Já não sei por que raio falo nisto!? - Talvez induzido por aquela leitura que nos deixa certamente com muita, muita água na boca. Mas esperemos que sem o tal tiro na nuca. Seja como for, bon apetit e as rápidas melhoras.

Nota: dedicamos este post a Al Capone, a Sammy Gravano, a Frank Costello, a Vito Genovese, a Carlo Gambino, a Sam Giancana, a Joseph Bonano (que inspirou O Padrinho de Mario Puzo) e a muitos, muitos outros mafiosos. Mafiosos que fizeram a história do séc. XX findo. Para eles a nossa solidariedade. Sim, porque sem eles também não se registariam os negócios e as taxas de desenvolvimento da actividade económica entre as duas grandes guerras mundias, e no chamado período post-Guerra. Nem os assassinatos, já agora!!! - que serviam, entre outras coisas, para reequilibrar as forças intramafiosas, regular a população, já que os anticoncepcionais na altura eram ainda mais falíveis do que são hoje. Sem eles, muito dificilmente os políticos que temos aprenderiam a comportar-se publicamente, ou seja, a manterem-se no poder terão de aprender a não ser sempre bons, mas a usar a bondade conforme a necessidade. É que ler só o Nicolau não bastava..., havia que os ver em acção. E com estes até Maquiavel aprendia.