quinta-feira

fruta, Frutas, Maçã

Todos sabemos que a maçã não tem incompatibilidade alguma, combina tão bem com as outras frutas como com as verduras. É também uma "ponte química" entre refeições. Depois são ainda extraordinários os seus poderes: é um desifectante, um desinflamante, um temperante, um emoliente, um tonificante, um sedante, um laxante, um adstringente, é digestiva e anti-espasmódica, um dissolvente, um purificante, é antipútrida (neutralizando resíduos tóxicos), um lubrificante dos ossos e anti-reumática, é febrífuga (porque afugenta a febre), é ainda estomacal, expectorante, fluidificante, lactogénea, calmante, imunizante e fortificante. Enfim, é disto que os srs. deputados precisam. Em vez de se baldarem para a próxima, comam uma maçã. Que também tem a vantagem de lavar os dentes - sempre muito útil para os mais recalcitrantes em matéria de higiéne oral. Ah, faz também bem às lombrigas, ié, combate eficazmente os vermes que se formam, neste caso dentro e fora do hemiciclo, umas vez que a maçã faz bem a todos os portugueses e não apenas aos deputados. De toda esta "enciclopédia" ambulante, que me foi explicada por uma médica amiga, conclui-se que a Maçã é o símbolo de sobriedade, da alegria e da saúde. Mas, na realidade, não era esta a "estória" que queria partilhar hoje com o meus amigos, especialmente aqueles que dizem não me ler e depois aterram aqui mal se levantam. Aliás, há até alguns cromos que nada mais fazem senão bisbilhotar. É também para esses pobres de espírito que seguem estas frutas, porque precisam de se desintoxicar. Há, contudo, uma outra lição mais profunda que julgo podermos tirar da maçã e que passarei a contar com a ajuda clássica de La Fontaine, até porque este blog versa também sobre a mentira, na sequência do outro sobre - a Tridimensionalidade do poder - logo, em íntima relação com a actividade de deputado em Portugal.
A estória é a seguinte: La Fontaine tinha o hábito de comer todas as tardes uma mação cozida. Um dia saiu deixando a maçã sobre o fogão; e, enquanto esteve fora, um dos seus amigos, que entrou no quarto, ao ver a maçã, deitou-lhe a mão e comeu-a. La Fontaine, quando regressou, compreendeu logo o que se tinha passado, como nós em relação à xusma de deputados na semana passada, e, fingindo grande emoção exclamou: - Meu Deus! Que teria sido feito da maçã que deixei aqui? - Não sei! - respondeu o amigo. - Ainda bem! Alegro-me ouvi-lo dizer isso, pois eu tinha-lhe posto arsénio para matar ratos. Pobre de mim! Estou envenenado. Tranquilize-se, amigo - disse La Fontaine. - Agora me lembro que não pus arsénio algum. Mas pesa-me que tenha sido necessária uma mentira para descobrir a verdade.
  • PS (o outro): dedicamos este blog à xusma de deputados que tem a ideia que tem das funções que desempenham; e também à outra centena deles remanescente que ficou embora tivesse pensado fazer exactamente o mesmo. A bem da Pátria, é claro!!!