quinta-feira

Dr. House

Hoje é dia de dr. House. Uma brilhante série em que nos dá conta do dia-a-dia de um hospital de N.J. Um hospital "à séria", como cá... Hugh Laurie faz o papel de um especialista em doenças infecto-contagiosas que brutaliza não só os doentes mas também a equipa clínica que lidera, incontestavelmente. Mas tem dias.. Faz lembrar os métodos utilizados por Sócrates na Grécia antiga para descobrir a verdade junto da juventude de Atenas que, alegadamente, corrompeu ou "comeu" - segundo os majistrados punidores de então. Enfim, então os filósofos, como os hoje alguns padres (que detestam o Eça de Queiroz, e compreende-se!!! - dado que o escritor descobriu quem eles eram 100 anos antes de nós!!!), já eram acusados de serem pederastas ou da prática da pedofilia. Uma vergonha!! Eu, assim que vejo que impende sobre um filósofo tais acusações deixo imediatamente de o ler, não vá a coisa ser peganhenta ou contagiosa... Dos padres nada digo, porque, regra geral, nem a Bíblia conhecem. Alguns, nunca ouviram falar do Maimónides; outros até dizem que é uma marca de toner para impressoras ou marca de detergentes, se for na província. Faça-se o teste: quem foi Maimónides!!! Mas adiante. Depois, mataram o grande Sócrates com o chá das 5. Mas ficou o exemplo. Aliás, a história está povoada de homens que morreram só para dar o exemplo. Como Cristo, também para Ele e seu Pai - Deus - segue o meu abraço. Mas o mais curioso na série é que no final ninguém morre, o que é uma grande mentira se compararmos com o que se passa na realidade. Nessa conformidade, sugerimos aqui ao realizador que corriga esse gap, interferindo na própria linha de montagem do argumento e faça com que, de vez em quando, alguém morra. Nem que seja o porco!!! Ou a marrã, sua mãe, uma vez que o porco já morreu a semana passada para salvar outro.. "mafioso". Mas o principal ensinamento da série, em nosso entender, é outro e explica-se desta forma: a série representa soberbamente a execuçao dos três vectores essenciais ao vida do homem em sociedade: poder, influência e autoridade (uma quarta função, a liderança, que decorre das anteriores). Embora no filme, aflorem mais estas duas últimas dimensões (autoridade e liderança - por via do conhecimento - que também tece o carisma). Aliás, desconfiamos mesmo que Belmiro "Opas" antes de montar a Sonae e de lançar a OPA à Pt viu a séria todinha e foi pedir uns conselhos jurisfinanceiros e de macro-gestão a Hugh Laurie, que lhe os deu. É, pois, uma série que deveria ser estudada, avaliada e meditada cuidadosamente pelas universidades, pelas empresas e por todos os centros e núcleos produtores de conhecimento em Portugal. Informe-se o sr. Correia de Campos, que julgo ser ministro da Saúde. Excluímos daqui, naturalmente, os srs. deputados que ou não têm bom gosto ou ainda estão de férias de Páscoa, e presos no trânsito de regresso do Algarve. Seria, pois, muito interessante que o ministro da Saúde seguisse Belmiro nesta auscultação a House, talvez assim diminuísse drásticamente o número de hospitais públicos em Portugal que deixam morrer os nossos velhos nos corredores, ao relento como se fossem cães abandonados em Agosto pelos respectivos corpos clínicos desses hospitais - antes de partirem de vacances para o Algarve, qui ça na companhia dos srs. deputados. Enfim, fica aqui o nosso modesto abraço de grande reconhecimento ao único programa de jeito que hoje passa em Portugal. Ao dr. House e à sua equipa - ao mesmo tempo meigos e brutos, ternos, vulneráveis e predadores. Também aqui estamos (todos) retratados. Just one question: será que Alberto João vê a série... E Fidel, também a verá.. Tudo questões para o 1º quartel do séc. XXI.