Porque hoje é o dia da poesia....oferecemos a Durão

A CIÊNCIA DA MAIS AMPLA USANÇA É A ARTE DO FINGIMENTO...

B. Gracián

o dr. Durão já foi PM de Portugal. É astuto sem ser brilhante. É uma vantagem relativamente a S. Lopes que não é nem uma coisa nem outra. Vem isto à colação do seguinte: agora, este desavergonhado vem a tecer umas declarações interessantes do ponto de vista epistemológico no quadro da passada guerra ao Iraque. Na altura a decisão foi tomada por vontade política, devia-se assumir isso, mesmo sem o respaldo do CS da ONU, e não pretextualizar com a tanga dos documentos da CIA e das armas químicas e nucleares que nunca existiram, um argumento que já goza de tanta credibilidade como o dr. Veiga Simão - quando tutelava as secretas e divulgou os nomes dos agentes no semanário Independente. Ele e outros restolhos - que agora se distanciam de velho Salazar quando, no fundo, só tiveram pena duma coisa: não o terem substituído. Ao menos Marcello Caetano teve coragem e mais, foi morrer ao exílio. Os outros restolhos, que não passaram duns traidores - quer ao salazarismo quer à democracia de que nunca foram adeptos - exilaram-se internamente e viveram misturados, amalgados. E ainda andam por aí a arrastar a surdez nas fudações do costume demonstrando que o Sis é tão eficiente como a Cia...deixando pelas universidades uma geração de funcionários e catedráticos complexados, mesquinhos e vingativos que hoje reproduzem em terceiros a violência que sofreram nesse elo dentado da estória - que hoje se repete. Deve ser a mesma escola de intelligence que documentou aquela existência de armas no Iraque de então: ler o Público de manhã e o dn à tardinha. Pela note, já se vê, uma investida ao 24 H. para saber se o dr- S. Lopes já rebentou com mais alguma bilha ... de gás.. Hoje, como ontem, o dr. Durão - se fosse um homenzinho, deveria dizer o seguinte: olhem, Portugal apoiou os EUA na guerra ao Iraque porque somos democratas, amantes da liberdade e estamos politicamente ao lado dos nosso aliados. Contra o carniceiro de Bagdad nem era necessário meter a Cia nisto. Meteram, borraram tudo. Talvez por isso ainda se fale no nome de Veigas beirão para o Siss, again.. Beirão & moreia S.A... Mas não, este artista, o dr. Durão, já pertence a uma nova escola de "pinsamento", só diz metade da verdade - pensando que todos os tugas são estúpidos. Hoje, como ontem este homem deveria ter dito que estamos sempre do lado da liberdade, e não fazer retro-história, como quem deforma os factos ou quer fundamentar o processo de tomada de decisão nuns docs. manhosos vomitados pela Cia para cima da mesa do manstronço e atávico G.W. Bush. Em face do exposto fiquei um bocado mal-disposto ver um sujeito do meu país - que abandonou o barco num momento crucial para ir ganhar mais 4 mil cts mensais em Bruxelas, repetir uma mentira. Além desta petit grand traição voltou a mentir escondendo-se na arte da ocultação e na arte da mentira política. Por isso dedicamos ao dr. Durão este livrinho sobre a Psicologia de la mentira. Pois como bom maoista que é, nunca perdeu o gosto pela mentira, até porque se trata da Ciência da mais ampla usança - essa arte do fingimento.

Durão conseguiu uma proeza: mentir aos portugueses pela 2ª vez, e assim conseguiu enganá-los prometendo-lhes a salvação. Durão inaugurou um novo estilo na arte política: universalizar a mentira, torná-la mais eclética e efémera e pós-moderna. Enfim, com durão Portugal também se empobreceu. Não tanto por se ter livrado dele, mas por um dia ter suposto que poderia ter confiado nele.

Afinal, um maoista é sempre um maoista, alguém quando não tem gato caça com rato. E o que durão caçou foi o seu próprio país: Portugal. Razão tinha Tocqueville quando dizia que a democracia tem muitas qualidades, mas também nivela tudo por baixo. O problema é não ter abolido os privilégios, regalias, estatutos e remunerações desta elite torpe e sem qualidade moral e política que hoje desgoverna a Europa. No fundo, as declarações do sr. Durão estão para a ética e para a moral na política como as condições sociais dos franceses estão para a economia: uma lástima.