segunda-feira

População dinossaurica...

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  • A população europeia e a portuguesa em especial está, cada vez mais, como os dinossauros: extinguem-se porque não cabem na arca de Noé. Hoje somos tão saudáveis aos anos 70 anos como os nossos pais eram aos 50. Paralelamente, o emprego organizacional termina mais cedo do que no passado. No séc. XXI a reforma virá aos 55, só que a maioria de nós terá mais 20, 30, 40 anos anos de vida activa pela frente.
  • Estudos recentes demonstram que a Europa (envelhecida) está a perder a batalha da demografia. A população europeia perde em relação à população mundial, devido à fraca taxa de fecundidade no Velho Continente. Há 50 anos a população europeia representava 22% da população mundial; hoje representa 12%; e em 2050 representará 6%. Esta parece ter sido também a tendência com a transição para a democracia nos países do Leste europeu. Foi graças à imigração que esta tendência se atenuou.
  • Mas quais são as razões deste "crescimento negativo" da população europeia? A diminuição do número de casamentos, o aumento de divórcios, a maternidade tardia, e agora o estrondoso argumento do sr. Levitt com o aborto e a evitação de muitos criminosos na América e no mundo exportados pela dita América - explicam o passivo das estatísticas. Por outro lado, aumenta a longevidade das pessoas. Na Islândia a esperança de vida dos homens é de 78 anos. Em Portugal é de 73 anos, das mais baixas da Europa, enquanto nos restantes países da Europa se situa, em média, entre os 73 e 77 anos. Com as mulheres essa esperança de vida aumenta.
  • Mas as estatísticas não choram nem explicam o despovoamento planetário. N Baixa lisboete é ua desgraça. Será da pobreza generalizada com a globalização infeliz? da Sida que mata mais que as guerras? da falta de planeamento familiar e dos baixos índices de alfabetização? Será do desemprego? Ma o sr. Levitt remata-nos com o estrondoso argumento do aborto...
  • Tudo, portanto, conduz à incerteza e ao conflito na troika de gerações (pais-filhos-netos). Parece até que há uma turbulência nas três gerações do séc. XX para atingir a felicidade.
  • Assim, os nossos avós (1920) são a geração “mimada” da globalização dado que atingiram os objectivos profissionais e os direitos sociais num regime de auto-satisfação e num clima de crescimento regular; a geração dos nossos pais (1940) são os “afilhados” da globalização porque lutaram por esses direitos sociais e neutralizaram o risco por recurso ao endividamento do Welfare-state do pós-guerra; a minha geração (1960/70) é a “órfã” da globalização competitiva porque não consegue proteger-se do risco e incerteza, coabita com as injustiças sociais e fiscais e é incapaz de regular a ditadura dos mercados do neoliberalismo.
  • Muitos ainda vivem em casa dos pais e dão umas quecas nas namoradas às escondidas, com receio de serem agarrados pelos respectivos progenitores. Isto passa-se com jovens de quarenta e tal anos. É a chamada geração-CP - a geração que por não se ter tornado independente ainda vive em casa dos Pais (CP). Qualquer dia escreveo um livro sobre o tema, afirmo humildemente umas bacuradas mais ou menos bem engendradasque entenda relevante para a economia, peço a chancela credebilizadora de meia dúzia de economistas que agora viraram cómicos em directo na Tv, tipo Miguel Beleza, e faço um sucesso de bilheteita estrondoso como o sr. Levitt. Eis a receita do sucesso neste mundo mundo povoado de pacóvios acríticos.
  • Mas é esta falta de gente - que não nasce - ou por causa do aborto ou por causa do desemprego (inclino-me mais para esta última razão, até porque é menos ficcional e mais séria) que se colocam sobre a mesa os graves problemas de financiamento ao nível da segurança social que dificulta a formação de maiorias sociológicas no poder do actual Estado (social) Europeu.
  • Enquanto isso, o país anda entretido com a fome sexual da banca lusa, por entre OPAs e contra-OPAs neste Portugal à beira-mar enterrado. Já não sei bem porquê, mas hoje acordei com esta imagem na cabeça... E depois pensei que bem poderiam ser as tais progenitoras a monitorizarem - a partir do banco do jardim - as tais maroscas que os respectivos filhos de 40/50 anos fazem com as namoradas (e namorados, porque muitos deram em gay embora alguns não integrem ainda o BE) nas tais casas dos pais...

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