Poema para meu pai*


Meu pai morreu longe de mim
(eu é que estava longe dele).
Tantos anos se passaram
e ainda não lhe vi a sepultura.
Continuo longe. Mas sua presença
me sacode como um choque elétrico,
uma bebida forte que me arde
por dentro.
Está vivo nos meus dedos,
nos cabelos ralos
— a nuca, dá arrepios de se ver.
Está cada vez mais perto de mim
(eu é que estou mais perto dele).

*
Ivo Barroso*
*(Poeta brasileiro)
Com um abraço aqui ao Malambas - que agora percorre outro trilho, julgo que dentro do mesmo caminho. UNidos na desgraça, unidos na Esperança, até porque a morte é certa. E para a combater não hà antídoto que resulte, embora a possa adiar
<< Home