Armadilha
Há assim um processo geral de bloqueamento na sociedade portuguesa que, qualquer que seja a intensidade do estímulo, do investimento, da confiança - tal impede o desenvolvimento duma reacção. É o que aqui designamos por efeito-armadilha. Não podendo descer mais do que já descemos, pergunta-se como se faz crescer a economia e os níveis de confiança na política? Justamente porque, de todos os meios disponíveis e aplicações de investimento possíveis, os agentes económicos preferem conservar os seus activos em formas líquidas enquanto os políticos, por seu turno, preferem brincar aos congressos vazios de conteúdo que ainda contribuem mais para armadilhar aquele já grave efeito-armadilha - que nos impede de reagir, não obstante os pequenos estímulos.
Por isso, continuamos todos expectantes, como aqueles rastejantes ali de cima. Por um lado, não desejamos cair no buraco e ser decepado por aquele ansioso corta-tesouras de tenazes afiadas; por outro, também não sabemos renascer e mostrar à Europa e ao mundo que estamos vivos.
E como não sabemos fazer isso o Portugal-partidário brinca aos congressos e aos estatutos, nem que seja para saber que se o dr. Filipe Meneses tem mais 3 cm de altura do que o dr. M. Mendes. Convinha lembrar aqui ao dr. Lopes e seus testas-de-ferro que nestes momentos aparecem sempre a parasitar o PSD, que Sá Carneiro também era baixote... Mas ele anda por aí mais preocupado com o Audi do que com Portugal. O filme repete-se, agora com novos personagens e novas máscaras.
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