sábado

Amor-lucro-discórdia

Eis o que gerou o dinheiro em toda a história da humanidade. Quando vivíamos em regime de escambo havia menos conflitos entre os homens, depois a coisa agravou-se e os homens passaram a tirar olhos uns aos outros para tentar verem melhor. Eis o que suscita o maldito problema do CPE - Contrato para o Primeiro Emprego - que o mundo vê retratado em "Paris de France". Une France qui est le vitrine du monde. De nous monde.
Mas essa atracção pelo abismo, que é a nevrose do lucro, espelha bem o fiasco do ultraliberalismo induzido pelo capitalismo selvagem que temos. O comunismo socialista já nós sabemos o que foi: industrialização + electrificação sem liberdade nem pão; o ultraliberalismo é liberdade com a ilusão que temos o pão. Baseada no dogma ou na ilusão de uma auto-regulação da economia - dita de mercado - demonstra a sua incapacidade de se gerir a si própria, de controlar até as forças que suscita, de dominar os processos que desencadeia. Hoje tudo está sem controle, a globalização é uma tremenda força sem autor, é o elemento perturbador que domina todas as teorias, todo o terreno minado da política. A ponto de as suas populações, de que é exemplo a França de hoje, num fiel espelho da Europa acabarem por se virar contra essa tal globalização, nesse efeito de boomerang, enquanto mercado se revela impotente para restabelecer um mínimo de ordem, equidade e de dignidade para as pessoas que hoje não passam de elos dentados duma cramalheia implacável. E os cidadãos do mundo - serão eles hoje também franceses!??