terça-feira

Fernando Gil - o filósofo - 1937-2006

As controvérsias mais importantes e mais interessantes são, em geral, as mais indecidíveis e, sobretudo, aquelas em que - antes ainda das divergências sobre as melhores soluções - os objectos não são os mesmos para todos. in Mimesis e Negação
___________________________________
Image Hosted by ImageShack.us
  • Será que alguma vez o pensamento se pode tornar verdadeiramente independente? - como sugeria Gabriel Tarde, filósofo, psicólogo e criminalista francês.
  • Será que o homem não é o resultado duma mundivivência histórica situada na linguagem enquanto veículo unificador do social?
  • Porque será que cada um de nós vê ali aquele candeeiro de diversas maneiras e tendemos a explicá-lo sempre com formulações e ângulos diversos? - já que dispomos da mesma linguagem...
  • Porque será que mesmo quando viramos as costas à "vaca", i.é, ao problema do momento, ela ainda continua lá, apesar de já não a vermos, senão em imaginação...
  • Eu que não sou filósofo sempre me intriguei por que razão certos iletrados sabem mais do que muita gente que foi para o goveno, para a universidade e anda por aí...
  • Eu que não sou filósofo acho que a intersubjectividade é mãe de todas as coisas: da guerra e da pax, da riqueza e da pobreza, da bondade e da maldade, do conhecimento e sabedoria e da estupidez e perversão;
  • Eu que não sou filósofo poderia dizer aos cientistas que estão no poder, entre os quais o prof. Mariano Gago que tem especiais responsabilidades no sector da C & T (e que contou com Fernando Gil como seu assessor ou conselheiro) - que invista mais nos saberes sociais, nas humanidades e nas filosofias. Porque sem elas não colocamos as questões certas nos momentos adequados. Talvez por isso o nosso processo de modernização anda sempre tão atrasado, e quando queremos ajustar o passo com os outros - depois já não há filósofo nem filosofia que resista... Estava aqui a lembrar-me do Maria Carrilho - mas não é filósofo, apenas fala com eles...
  • A falta de ideias é como os homens que as geram, também morrem. E quando morrem parece que emerge em menor número o conjunto de pessoas que as possam recuperar, recriar ou até inventar e aplicar.
  • Porque isto de ser filósofo - nos tempos contingentes que correm - é mais difícil do que ser um Dalí - que para o Ser - também teve de ser Louco. E hoje não é qualquer um que pode ser louco. Das duas uma: ou metem-no logo no Júlio de Matos; ou pespegam-lhe uma estátuta. E estas, no meu modesto entender, só deveriam ser possíveis serem plantadas em vida dos sujeitos a que reportam. Mais do que não seja para que o seu autor se pudesse, de quando em vez, criticar a ele próprio sempre que passava pela respectiva estátua...
  • Será que ela responderia à crítica... Sempre me perguntei por que razão certas estátuas falam mais do que certos cromos que ainda andam por aí...

Image Hosted by ImageShack.us