terça-feira

OCUPADO: A MULTIDÃO SOLITÁRIA

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Hoje o modo de comunicar é muito diferente de outros tempos. Hoje dispomos de telemóvel, internet, fax mais uma miríade de tecnologias disponíveis que servem para nos pôr em contacto instantaneamente. O satélite serve de chapéu de chuva que tudo amálgama. Sucede, porém, que essa comunicação em tempo real é uma ilusão. Por vezes, ocorre um sujeito ligar para outro. Este não atende nem tem o bom senso de devolver a chamada posteriormente. Certamente, que não o faz por ser mal educado. Não o faz porque pode estar ocupado, em reunião ou, simplesmente, não o quer fazer por um milhar de outras razões. Excesso de humildade, arrogância q.b., mania da perseguição, soberba, mania da importância e do status social, complexos sociais vários, fingir que é o Ricardo Salgado, fazer-se rogado e mais uns milhares de etcs... que só desprestigia quem assim se comporta. Image Hosted by ImageShack.us Isto só prova a vigência do tal conceito de multidão solitária que vivemos. Temos todas as tecnologias mas nem sempre comunicamos. Isto faz lembrar a estória daquele executivo próspero, muito bem sucedido na vida. Um dia o filho tenta ligar-lhe e ele não atende. Quando chega a casa interroga-se porquê: ora eu tenho duas secretárias, 6 telemóveis (4 pessoais e 2 no carro), estou ligado à rede permanentemente e, ainda assim, não consegui atender o telefonema do meu filho... Neste caso não foi pela mania das importâncias certamente..
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Isto dá que pensar. Naturalmente, no momento em que o filho ligou para o papá ele deveria estar com alguma secretária, ou duas, a redigir um relatório (ou dois) de milhares de euros, ocupado no WC (a rever o relatório com ou sem a secretária) ou ainda em reunião alargada, como podemos ver supra. Certamente, que haverá mais um milhar de razões que o levaram a não atender nem a devolver a chamada ao filho, como seria natural. Uma delas poderia ser a paralisia súbita nos dedos das mãos agravada com a doença de parkinson que, como sabemos, afecta o sistema nervoso e dá cabo da memória. Por isso, não ligou depois... Voilá. A ingestão de queijo fresco parece que também produz os mesmos resultados na memória.. Ora isto é triste. Socialmente triste. As pessoas já eram naturalmente arrogantes antes da net e dos telemóveis aparecerem, agora têm também os celulares para agravar essa tendência esquizofrénica. Muitos desses cromos estão sempre em reunião. Ou melhor, em reunite - como me diz um teórico da gestão que me conta esta estória. Só que alguns são pais. Pais que por vezes chegam a casa e dão com o filhos - que os tentaram contactar - num lamentável estado de saúde. Isto da multidão solitária dá que pensar e, ao mesmo tempo, espelha muito do que as pessoas (infelizmente) ainda são... Em 85% desses casos de indiferença calculada e de arrogância ontológica - segundo estudos recentes - as pessoas poderiam atender e falar com quem liga. E o mais grave é que isto não ocorre só entre filhos e pais, pais e filhos, generalizou-se como um câncer a toda a sociedade. Designadamente, nos ambientes socio-económicos de pendor mais competitivos. Porque na base desta mesquinha conduta também se generaliou a regra social (errada) de que se uma pessoa não atende mais importante ela é na escala do termómetro social. Pura ilusão que só os mais pobres de espírito partilham... Alguns teóricos da gestão chamam a isso arrogância ontológica; outros arrogância genética; outros mania das importâncias; e outros ainda pura estupidez congénita. Isto só reduz a cooperação e a produtividade entre as pessoas. Quer em contexto empresarial, quer no domínio interpessoal... Ring, ring, ring)))).... Está lá..., ninguém atende!!! Está em reunião. Pois claro!! O-cú-pa-do...
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