terça-feira

Bertolt BRECHT um dramaturgo com muita filosofia lá dentro

Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us O meu Querido Tio regressou agora do exterior e trouxe na bagagem uma reflexão com uma semana de atraso. Mas só na forma, porque na substância ela é portadora de uma mensagem com futuro. Infelizmente, é assim. Referimo-nos à qualidade moral dos nossos políticos. Do Brecht pouco ou nada sei. Salvo que foi um dramaturgo implacável, genial, que perdurou, ié, que se imortalizou. Aparece-nos aos olhos como danças de guerras bárbaras ao serviço de cultos e obscenos, intrujice, magia, missas negras. Recordo ainda o seu reflexivo Discurso do Filósofo sobre a Ignorância. Diz ele que é devido ao facto de as pessoas saberem tão pouco sobre elas próprias que o seu conhecimento da natuerza lhes serve tão pouco. Sabem a razão porque a pedra cai duma maneira e não de doutra quando é arremessada, mas não sabem porque é que o homem que a atira age desta maneira e não de outra. Assim, sabem lidar com os terramotos, mas não com os da sua espécie. Cada vez que me vou embora desta ilha, tenho medo que o barco possa afundar-se na tempestade. Mas no fundo o que temo não é o mar, mas sim aqueles que porventura me poderiam tirar da água. No fundo, a escolha deste autor é tremenda. Pois quando começamos a ler o génio do teatro começamos a perceber a nossa pequenês intelectual. Creio que BB era também um filósofo, doutro modo não escrevia o que escreveu. Para ele as coisas humanas não podem situar-se fora do alcance dos homens, e as causas destas tagédias são humanas. Enquanto dramaturgo BB dá-nos uma lição política, moral, ética (como a referes no teu texto adapt. por D. Abrunheiro) - numa lógica que contrasta com os valores veiculados por alguns candidatos autárquicos recentemente. Fora todos aqueles cujo passado desconhecemos. E essa lição, ou melhor, lições múltiplas remetem para o TEATRO - visto como o palco onde se projecta o confronto entre os homens. Nada em nós seria a mesma coisa sem o Teatro. Uma nota mais: BB tem muita filosofia lá dentro. Até me esqueço que é dramaturgo. Pois muitos deles, como sabes, são tipos chatos, maçudos e nada trazem de novo ao que está. Mas BB é um filósofo e, par hazard também dramaturgo. O que faz dele um grande filósofo e um excepcional dramaturgo, creio. Com ele ficamos também cientes de que há alturas em que é preciso decidir entre ser-se culto ou ser-se humano. Eu como não sei se consigo cumprir sempre aquela condição, procuro observar sempre a segunda. Já agora - porque não sugerir ao Parlamento, ié, à maioria absoluta que sustenta este PS que desencadeie um processo legislativo com vista a fazer a seguinte lei: obrigar todos os candidatos a cargos públicos a fazer um estágio em artes de representação. I.é, obrigá-los a estudar Bertolt Brecht antes de ingressarem numa carreira política. Talvez assim passassem a representar menos mal. O povo agradecia. Não achas!? Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us Rui: Para terminar o tema das autárquicas, que já lá vão, não resisto a transcrever-te uma crónica encurtada e adaptada de Daniel Abrunheiro, in Ecos de Pombal. Os mails também servem para isto, partilhar textos que por acaso nos chegam às mãos e que por gostarmos deles não resistimos ao impulso de os dar a ler a outros. Espero que gostes um bocadinho dele.
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Apesar da subida consideração que os candidatos/2005 me merecem, devo confessar que preferia eleger, nestas eleições, outro povo. Aprendi a teoria em Brecht, praticá-la-ia em Portugal se pudesse. Nem mais nem menos: mudar de povo. Aquele careca gordo dos Pingarelhos que, armado aos mesmos, só vai à missa quando Cristo está de costas; ai se eu o pudesse rifar para o Luxemburgo ou a Eritreia… Bastam-me cinco minutos de Shopping para confirmar que o meu voto (a minha cruz…) seria dado a outra louraça oxigenada que não esta, a outro empreiteiro que não este, a outro totó que não este teté, a outra mimi que não está aqui. Mas atenção: não é que este povo daqui seja mau. Não. É igual aos outros todos deste país que, somados, fazem o Povo. Pois aí bate o meu ponto. É pouca gente para tanto povo. Pouca educação para tanta grosseria. Tanta posta de pescada para tão pouca opinião. Tudo isto resulta de, aqui como no resto a que chamamos Pátria, sermos religiosos em futebol, futeboleiros em política e politiqueiros em religião. Este retrato é negro? Pintai-o de cal. É amargo? Botai-lhe açúcar amarelo como o sorriso que todos faremos, feitas as contas no dia 10. Remédio para isto, só me lembro do dos ratos. O que me safa é que nem voto aqui. Voto noutro sítio, onde o povo, sendo outro, é o mesmo com o mesmo futuro imediato. Esclarecimento final: “ Brecht” não é um sítio, é um senhor douta freguesia. Para mim, este texto encerra na perfeição o estado de espírito com que muitos de nós ficaram de muita coisa que se passou nestas eleições que custaram a bagatela de 24 milhões de contos, 118 milhões de euros, metade dos quais irão ser pagos pelo Estado, ou seja, por nós, 6 euros por mim outro tanto por ti (60 para os corruptos), isto se fossem 10 milhões a pagar impostos… Mas eu sou um democrata confesso e não me importo de pagar por isso, mas… sinceramente… “é povo a mais e gente a menos.” Xau , Boa Noite …e que ganhe o Benfica. Tio Quim Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us
PS: Estou intrigado a pensar que cena BB escreveria para dois ou três destes nossos políticos mais contestados pela opinião pública (mas que depois o povão vota) poderíam representar nos passos perdidos em S. Bento. Penso, penso e só me vem à cabeça uma asneirada pegada que nem me atrevo a partilhar aqui. Achas que isto é normal?!