O futuro do modelo social em Portugal: Bocage, Botto, Sócrates e Santana
O futuro do modelo social português
Parece manter-se suspenso de um conjunto de reformas que devem ser aprovadas. Trata-se de um conflito entre dois modelos globais de reforma da protecção social: o modelo neoliberal made in Consenso de Washington que promove uma amputação do papel do Estado nos regimes de protecção social; e o modelo social europeu, defendido pelas correntes socialistas mais estatizantes, que recuperam a ideia de uma protecção social tão ampla quanto universal – protegendo tudo e todos – de tal forma que acabam por não proteger ninguém.
Um pouco como a manta do Bocage que quando tapava os pés destapava a cabeça, e quando cobria a cabeça, destapava os pés..
Será que o poeta de Setúbal sabia algo mais e não nos disse? E em quem ele hoje votaria se fosse vivo? No carapau ou na sardinha? Ou no cherne... Ou preferiria fazer versos marotos à António Botto – que era roto – e foi, por desgosto, morrer ao Brasil – onde também granjeou fama de… bom poeta.
Seja como for, Bocage e modelos sociais à parte, quero aqui dizer que o poeta das Canções – António Botto – tem só o seu livro prefaciado por Fernando Pessoa, de que era amigo. E os dois, presumo, nunca equacionaram este problema que hoje Sócrates e Santana têm de resolver. A bem dos portugueses(sas).
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