O choque tecnológico e o choque de gestão..., ou a electrocussão?
Temos agora uma nova modalidade de fazer política: o recurso ao choque. Primeiro, pega-se em 10 milhões de portugueses e tenta fazer-se passar a ideia de que o choque é bom para a saúde.
Um recorre ao choque tecnológico para fazer-se acreditar; o outro, num mimetismo de palavras e fórmulas que se esgota no éter, recorre ao choque de gestão.
Um é engenheiro, mostrando a sua apetência pela modernidade através da introdução de factores de modernidade pelo recurso intensivo às novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC); o outro – julgo que completou o curso de direito com baixa média, e revela, agora, inusitada apetência pelas tendências macroeconómicas, qui ça importadas dos métodos de gestão com que governou o clube de Alvalade e a quinta das palmeiras na Figueira da Foz.
Um e outro estão a “chocar” o país para o conquistar nas urnas. Isto é arte e engenho. Parece (quase) um quadro de Dalí…, mas menos valioso, é claro! De facto, a introdução desta linguagem na gramática política (eleitoraleira e caceteira) acaba por trair o discurso dos figurantes. Qualquer pessoa, sem ser versado em hermeneutica, cultive o estudo da semântica (que os assessores desconhecem) e que conheça só 20% da obra de Umberto Eco, descobre que os choques eléctricos são administrados para reanimar corpos já quase moribundos. Eis, dramáticamente, o que ambos os protagonistas do palco político acabam - sem querer - por reconhecer. Portugal está moribundo. E um deles contribui particularmente durante seis meses para lhe preparar a cova, já que não há dinheiro para jazigo...
Uns julgam que estes choques - tecnológico e de gestão - transformam Portugal no Sillicon Valley da Ibéria.
Porém, há quem pense que aqueles choques acabem, verdadeiramente, é por electrocutar os portugueses…
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