sexta-feira

Brasilianização. Eles falam, falam mas os vejo fazer nada...

Image Hosted by ImageShack.us Foi um termo usado pelo sociólogo alemão U. Beck para indicar o empobrecimento social da maioria da população em conjugação com o enriquecimento económico da minoria, dentro do mesmo país, acarretando um fosso crescente entre esses dois grupos. Apesar de ser um fenómeno mundial, e como o Portugal do ainda PM PSL está fora do mundo, este é um fenómeno que não nos diz respeito, obviamente… Aliás, o compromisso que aquele quer assinar com o povo português, mesmo que este o desconheça, deve ser para (re)colocar Portugal no mundo. Já que temos imensa Europa, especialmente desde que Durão para lá emigrou em busca dum melhor emprego – agora só nos falta mundo. Felizmente que as estatísticas em Portugal não choram, senão ainda tínhamos surpresas desagradáveis. Mas esta parece ser uma tendência que já vem de longe. No período do pós-guerra-fria, a humanidade atravessa uma crise económica e social com uma escala sem precedentes que está a conduzir ao rápido empobrecimento de vastos sectores da população mundial. Assiste-se ao colapso de economias nacionais e a um aumento alarmante do desemprego. É neste sentido que Portugal se "sul-americanizou", conhecendo surtos de desemprego galopantes por efeito da deslocalização das multinacionais de risco (aliado ao crescimento "zero" da economia portuguesa) e ampliada com a globalização da pobreza. Em rigor, muita gente em Portugal, hoje de meia idade, parece preferir o estádio do Jamor (lembrando os velhos tempos da descolonização e dos retornados) do pós-guerra seguida da imposição das reformas da década de 80 impostas pelo FMI, à actual fase de globalização negativa. Como estamos em período eleitoral cerca de 90% das coisas não são para levar a sério. Agora temos uma novo instituto gerado por um direito que ninguém conhece ou reconhece - que confere a possibilidade ao contraente de fazer um contrato sem interlocutor. Daí nascendo a majestade do contrato leonino. Talvez fosse mais produtivo baixar o nível da demagogia e invocar uma questão candente que ninguém fala. Refiro-me ao enquadramento que as ditas multinacionais do risco devem passar a observar. Talvez um código de conduta mais rígido pudesse ser pensado para as impedir de zarpar com a tenda às costas quando calculam que os factores de produção são melhor remunerados noutra parte do globo deixando atrás de si um rasto de pobreza. É caso para dizer que “eles falam, falam, falam mas não os vejo fazer nada”…