Independência nacional = Independência energética. O terrorismo doméstico em Portugal que torna refém os portugueses
Em resultado do impasse gerado pelo conflito entre motoristas de combustíveis perigosos e a respectiva entidade patronal o país, e os portugueses, mais uma vez, estão reféns de mil ou duas mil pessoas que conseguem paralisar a economia nacional.
Assim sendo, e sem nos atermos às exigências concretas das partes em conflito, que o Governo tenta mediar, Portugal fica em suspenso em pleno Agosto, depois daquele grave precedente da Páscoa, em que as férias de milhões de portugueses ficaram comprometidas.
Ora, como o problema é eminentemente nacional, pelos efeitos e consequências que gera, deve valorizar-se mais o que o Governo já deveria ter feito para anular aqueles efeitos devastadores na economia nacional, e não as questões técnicas e reivindicações que as partes em conflito reclamam para si.
Nesse sentido, e porque cabe ao Governo da República assegurar a independência energética dos portugueses e garantir a ordem pública e a paz social, que agora estão novamente ameaçadas, o que tem feito o governo em funções (e os precedentes!??) para garantir essa independência?
Que meios (incluindo os militares..) o Governo gere para atingir os fins maiores da política? Ou que estratégia, i.é, que cálculo e coordenação coerentes de objectivos e meios é usada para garantir aos portugueses que estes não ficam reféns daqueles sindicatos e entidade patronal que bloqueiam literalmente um país inteiro?
Além dumas declarações vagas sobre paz social e apelo à concertação das partes pelo ministro da tutela, pouco mais se sabe.
O que tem feito o Governo para contornar este novo ambiente de insegurança energética a que 10 milhões de portugueses são trismestralmente chantageados? Como se estivessem sob a eminência de um ataque terrorista com os efeitos conhecidos na vida quotidiana das comunidades e no projecto e modelo de sociedade democrática e pluralista em que decidimos viver.
Que investimentos públicos tem o Governo da República promovido para criar infra-estruturas de modernização ao abastecimento de energia aos portugueses diante da chantagem a que estão submetidos? Usando, para o efeito, uma estratégia civil e militar em função das capacidades necessárias ao cumprimento das missões prioritárias da nação.
Ou o Governo só se preocupa em desenhar uma estratégia integrada - civil e militar - para fazer face às ameaças e riscos decorrentes de acções terroristas a nível global.
Neste capítulo, a avaliar pelas declarações elementares do ministro da tutela - somos forçados a concluir que a promoção da segurança e prosperidade dos portugueses, através do desenvolvimento das capacidades materiais e imateriais do país, e da redução das suas vulnerabilidades e dependências, é praticamente inexistente. Esta situação faz, aliás, evocar os mecanismos de combate aos fogos, em que após o país ter todo ardido as entidades públicas falam em prevenção.
Os portugueses não querem saber se a associação dos empresários do sector transportador paga os 900€ mês aos motoristas, ou se estes passam a ter um ajudante para assegurar a descarga dos combustíveis nos postos de abstecimento; nem os motoristas se interessam pela forma como os demais portugueses vivem e pagam os impostos. O que verdadeiramente interessa, e é aquilo que o Governo ESTÁ OBRIGADO a garantir e a zelar constitucionalmente, é determinar como se limitam aquelas vulnerabilidades, pelo que a incidência estratégica da acção futura do Governo deverá passar a dar relevância às dimensões financeira, científica e tecnológica, alimentar e energética de Portugal e dos portugueses.
Naturalmente, a política de défice ZERO e de cativações cegas é completamente incompatível com a estruturação destas alternativas como resposta à pressão e à chantagem que estes movimentos mais ou menos inorgânicos têm feito sobre Portugal e os portugueses.
E é neste capítulo, como no dos fogos, Tancos, Borba e outros que o governo tem "andado à nora", dando ao país uma imagem de ineficácia, laxismo e de irresponsabilidade ao deixar 10 milhões de portugueses inseguros e reféns nas mãos de sindicatos irresponsáveis e de patrões de moralidade duvidosa.
Um país que não tem valorizado uma política de independência energética, mesmo internamente, é um país que sucumbe às mãos de meia dúzia de bárbaros que já compreendeu que com meia dúzia de declarações e um advogado oportunista e habilidoso - tem o país a seus pés.
E é perante este tipo de novo terrorismo doméstico que os portugueses, ante a incapacidade do Governo, têm de saber lidar.
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