O Estado está desnatado de quadros qualificados
O Estado está desnatado...
- De funcionários de qualidade. Aqui há uns anos os ministérios tinham departamentos de planeamento e prospectiva e também bem apetrechados do ponto de vista jurídico - que aconselhavam os serviços na resolução de problemas correntes e de questões mais complexas que se desenvolviam entre a Administração e a sociedade e a economia.
Hoje, quando surge um problema, um conflito, um contrato o Estado recorre quase sistematicamente aos escritórios de advogados que, além de cobraram honorários principescos que desgastam o erário público também deixam alçapões nas negociações, nos contratos e nas leis por forma a que o Estado tenha de recorrer a eles frequetemente pagando mais e mais por serviços jurídicos que em lugar de defender e promover os interesses legítimos do Estado só o secundarizam em prol dos interesses de empresas privadas que assim ganham ilegitimamente rios de dinheiro à conta dos impostos dos contribuintes, que são quem de facto pagam essas avenças de LUXO.
Neste exemplo do Siresp, assim como noutros, o Estado é ludibriado deliberadamente por juristas, consultores, advogados de negócios e outros players que, a coberto do interesse público, desprotegem juridicamente o Estado para encher os bolsos ao sector privado. Até porque inúmeros daqueles quadros trabalham simultaneamente para o Estado e o sector privado.
Isto resulta, entre outras coisas, porque o Estado decidiu não ter um corpo de técnicos superiores qualificados e bem pagos em toda a Administração Pública - desde a área informática à esfera jurídica - para assegurar que o Estado é bem representado nas relações com a sociedade. E mesmo que o quisesse ser o regime de austeridade cego assente na política de cativações, pela mão do Sr. Cativações do €urogrupo - só poderia redundar num enfraquecimento progressivo dos serviços do Estado, desde a segurança social à justiça passando pela educação e saúde - que tem degradado a capacidade de resposta dos serviços sociais do Estado aos problemas e complexidades da vida moderna.
Esta degradação é, objectivamente, um passivo deixado por mário centeno e também por quem resolveu desinvestir de modo grosseiro na qualidade dos serviços do Estado dizendo, sem vergonha, que assegurará esses serviços do Estado numa segunda legislatura.
Até dá vontade de dizer que, primeiro façam lá as reformas necessárias e cumpram as promessas que depois os eleitores votam em vocês...
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