Evocação de Luíz Pacheco e o plágio
Volta e meia aparece-nos um melro à janela, oportunista (como são todos os melros), que nos come o miolo de forma não consentida e escapa-se rápido, como a sombra. É assim na vida pessoal, empresarial, política etc e tal. É assim quando as pessoas não têm carácter, ainda que o apregoem publicamente. São as novas rameiras virtuais, com epicentro na blogosfera e ramificações no FBook. Mas há sempre um problema nesses pequenos plágios de lana-caprina... Deixa-se sempre um rasto, um pequeno rasto, o qual se torna peganhento a quem adoptou esse execrável procedimento.
Nas coisas sérias e nas outras, na poeira da vida. Lembro que um dia, durante muitos dias, o genial Luíz Pacheco (aqui recorrentemente lembrado e evocado) se deu ao trabalho de identificar um clamoroso plágio de Fernando Namora sobre a obra de Vergílio Ferreira: Domingo à Tarde (1961), que seria decalcado de Aparição (em 1959), curiosamente Prémio Camilo Castelo Branco - anos antes.
Desse trabalho de detecção do plágio de Namora, que o diminuiu nacionalmente e sem nenhuma necessidade, Pacheco formulou aquilo que designou O Caso do Sonâmbulo Chupista...
Esqueçamos, doravante, o "chupista", que os há em abundância em cada esquina (virtual e real), e centremo-nos em Pacheco que foi, de facto, um escritor genial. Sem regra, ou adoptou a dele, anárquico, surrealista e romântico, o que ficou bem patente em Comunidade ou noutro trabalho O Libertino Passeia por Braga...
Hoje já é muito difícil um tipo, por regra sem escrúpulos, plagiar um trabalho sem que alguém denuncie essa situação 24h. depois. Mesmo em relação a escritos fugazes, feitos sobre o joelho e na espuma dos dias.
O Chupista é, quer queiramos quer não, uma categoria sociológica presente na sociedade portuguesa, é uma espécie de pequeno parasita que depois cresce e se converte numa carraça.
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Obs: Esta "rábula" é dedicada a todos aqueles seres obtusos e frustrados que se dedicam ao pequeno plágio. Especialmente, por serem como são: homens pequenos, frustrados e obtusos, além de oportunistas. Aos que conheço e, acima de tudo, àqueles que desconheço, que são em maior número.
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