A mentira política institucionalizada em Portugal
Decorre no Parlamento um plebiscito ao alegado PM, perdão ao ex-deputado Passos coelho, que "trabalhou pro bono" numa ONG que apenas recebia reembolsos, sem se saber, em concreto, porque o visado se recusou categoricamente a responder a Catarina Martins/BE que fez a questão duas ou três vezes, qual o montante recebido e de que forma o recebeu.
Também se recusou a aceder ao levantamento do sigilo bancário, como propôs Seguro, do PS, a fim de averiguar com rigor e precisão os fluxos financeiros nas contas bancárias do visado, agora sob forte suspeição no país. Uma suspeição que não se desvaneceu com este plebiscito parlamentar. Mas mesmo que o visado aceitasse o levantamento do sigilo bancário, e caso as compensações fossem feitas por dinheiro em mão, de nada serviria como meio de prova o recurso àquele expediente de investigação.
Este é um caso de pura e aplicada reconstituição das condições da política cínica, tratadas pela Ciência Política e a que a Filosofia (política) também não é alheia. Pois quem exerce o poder e sabe o que são as ilusões e quais as suas consequências, exerce esse poder como se não o soubesse, escondendo a sua efectiva perversão atrás do biombo da inocência, da ingenuidade e da compaixão.
Esta opacidade voluntária, deliberada pelos actores políticos, especialmente quando estão em apuros e sob grande pressão por parte da opinião pública, distorce os mecanismos de regulação da democracia, dado que impede uma avaliação objectiva dos governantes por parte dos eleitores e, para além disso, induz no eleitorado a ideia de que as suas escolhas eleitorais são indiferentes porque os resultados práticos, consoante se trate de agentes políticos sérios ou não sérios, são sempre os mesmos.
É por causa de comportamentos desta índole que os eleitores se afastam cada vez mais dos partidos, dos políticos e da própria actividade política. Pois o povo português, hoje mais culto e esclarecido politicamente, já não cede à satisfação dessas ilusões induzidas pelos políticos nos eleitores e que visam, tão somente, neutralizar o regular funcionamento da democracia e de escrutínio que o povo tem direito a fazer sobre os actores políticos sob forte suspeição pública.
Numa palavra: o ex-deputado Passos Coelho deu mais um tiro no alegado PM, que só se mantém no lugar porque cavaco, a partir do retiro de Belém, lhe lançou um balão de oxigénio para sobreviver mais umas semanas ou meses.
Coelho é hoje um pássaro ferido nas duas asas... Já não voa, saltita!!!
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