quinta-feira

O Grupo Espírito Santo é o regime - a sua crise é a crise do regime

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A ideia de que o Banco de Portugal teve um comportamento exemplar - ao contrário do que se tinha passado com o anterior governador, Vítor Constâncio, relativamente ao BPN - é uma teoria que resiste tão bem aos testes de stresse como resistiu o BES durante estes anos de avaliações europeias. Em Fevereiro de 2013 - há quase ano e meio -, depois de o inoticiar o esquecimento de 8,5 milhões na declaração de impostos de Ricardo Salgado, o Banco de Portugal trata de produzir um raro comunicado em que declara toda a sua confiança em Ricardo Salgado. Sim, o Banco de Portugal tinha pedido "explicações", mas depois disso ficou muito satisfeito. Naquela peça não tão antiga assim, o governador afiança que "as informações recolhidas pelo banco não fundamentam as suspeitas lançadas pela comunicação social".

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Obs: Um dos lemas de Ricardo salgado, o ex-DDT (Dono Disto Tudo) era o de que, à semelhança das rameiras, tinha que estar sempre bem com o Poder. Bem ou mal, estaria sempre com quem mandasse, à direita ou à esquerda. Foi assim durante décadas a fio. E daqui nasceu a profunda promiscuidade da finança com as elites políticas - cuja compra de poder e de influência aquela instituição comprava. 

Tratava-se, no fundo, de tornar o universo de interesses GES-BES num mundo inteiramente previsível, facilitado, comprando decisões conformes aqueles interesses, mesmo as mais difíceis. Ora, isto é pura corrupção. 

Era a mão no Poder, e o Poder na mão. Mais do que um jogo de palavras, tratava-se de um facto material para a vida da instituição financeira, um lema de vida, enfim, a lei de ferro de Ricardo Salgado.

Depois, conviria saber, com rigor e precisão, se os fundamentos da decisão do actual Governador do BdP, Carlos Costa, quando declarou a sua (do BdP) confiança no banqueiro - tinham consistência nessa nova auditoria financeira independente ao grupo, ou se se trataria de mais um favor pessoal do actual governador do BdP, C.Costa, ao Sr. ex-DDT - que hoje se afigura a maior erva daninha do sistema financeiro, económico e político da República, dado que as ramificações do GES e do BES estão infiltradas em todos os domínios de decisão da sociedade portuguesa.

Só uma investigação verdadeiramente independente poderia apurar a boa fé de Carlos costa, ou determinar se ele também integra essa rede alargada de Omertá à siciliana que está sendo desocultada hoje na sociedade portuguesa e que tem ressonâncias e consequências abroad - e rebaixam os ratings da República.

Ou seja, este já não é um problema do GES/BES, mas de Portugal e dos portugueses no seu conjunto. E como tal deve ser tratado pelas autoridades judiciais e criminais do País.

Custe o que custar, doa a quem doer...

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