domingo

Paredes vai pedir declaração de calamidade pública face aos prejuízos do tornado

Nota prévia: Sem telhas, sem janelas, 100-pintura...

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"É completamente impossível não pedir a calamidade pública. Fazê-lo impõe o reconhecimento de que algo catastrófico aconteceu", observou.

Os meios da Proteção Civil estão a preparar um documento com todos os dados sobre o que aconteceu na noite passada para, nas próximas horas, ser encaminhado ao Governo. [...]

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Obs: Apesar de não termos registo de catástrofes naturais com baixas humanas e avultados danos materiais em Portugal, é de supor, sobretudo com as alterações climáticas que se estimam estar na origem da eclosão dos eventos extremos, que haveria toda a vantagem em introduzir uma metodologia de proporcionalidade na solução de prevenção na (re)construção dos danos decorrentes daqueles fenómenos naturais extraordinários. 

Ou seja, as entidades competentes, e em última instância o Estado através da tutela - que é o MAI (agora refrescado com um novo secretário de Estado que "deverá perceber" muito do assunto) - não só devem considerar os custos absolutos da prevenção em face dos benefícios que a actividade irá trazer, como também se hão-de apurar/considerar os custos relativos das medidas preventivas para o Estado promotor do risco e, eventualmente, também para as pessoas/empresas/entidades (públicas, privadas e mistas) potencialmente atingidas pelos efeitos dos eventos extremos - tendo em conta a sua capacidade económica.

Mesmo não havendo aqui o risco de natureza transfronteiriço (afectando outros Estados), impõe-se que a relação dos cidadãos com as entidades que operam na área da Protecção Civil e o Estado em Portugal - no seu conjunto - cooperem mais intensamente, trocando informações de forma permanente e proactiva alargando, assim, o debate em torno da prevenção aos efeitos das catástrofes naturais - como um método de trabalho futuro capaz de desenvolver uma maior vigilância e prontidão na resposta a estes eventos extremos.

Por último, e sem quer fazer ironia com a desgraça alheia, não deixa de ser curioso notar que aquele prédio que foi alvo da fúria do tornado (Cfr., imagem supra) - supostamente - não ficou sem a pintura por causa da passagem do tornado naquela localidade. 

Ou seja, até na desgraça a fúria do deuses deixa um traço de ironia ou de perfídia, ou ambas...que espelha, no fundo, o retrato da paisagem do que é ainda a face do Portugal profundo. 


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