sábado

Marques Mendes é o porta-voz oficioso de Marcelo a Belém


Marques Mendes posicionou-se hoje como o novo porta-voz não oficial de Marcelo Rebelo de Sousa a Belém. O analista ocupa mais de 2/3 do seu tempo de antena a criticar as políticas do XIX Governo (in)Constitucional bem como muitos dos seus actores, mas entende, paradoxalmente, que são todos muito rigorosos e competentes (!?) 

Entende, por outro lado, que o primeiro ministro mistificou os números do desemprego em Portugal na sua mensagem de Natal, e depois tece considerações acerca do rigor de Passos Coelho. Não se compreende tanta cambalhota analítica. 

Afinal, [a] quem serve Mendes com as suas mestelas analíticas?!

Marques Mendes é norte e sul no mesmo trajecto, é  black & white, quer, no fundo, agradar a gregos e a troianos. Revela escassa coerência analítica, denota parcialidade e fraca sustentabilidade nas suas apreciações e, por todas essas razões, denuncia uma agenda pessoal mais ou menos oculta que serve para apoiar/lançar candidatos a Belém -  posicionando-se, ele próprio, nessas proposituras mais ou menos dissimuladas.

Será que Marcelo o autorizou a dizer o que disse, ou pediu-lhe expressamente que o fizesse!?

Entrámos no jogo de espelhos pré-eleitoral a um ano e meio de distância do acto. 

Seja como for, acho que fica mal ao comentadeiro identificar uma falácia grave debitada pelo primeiro ministro na noite de Natal, que afecta tanta gente, e, acto contínuo, referir (ou sugerir) que se trata dum homem rigoroso.

Provavelmente, o rigor a que Marques Mendes se reporta é o mesmo rigor que levou Gaspar a demitir-se por ter reconhecido que estava a rebentar a economia nacional e a implodir a sociedade portuguesa. 

Em suma: Marques Mendes integra aquela categoria de "ex-futuros" cavaquistas que não tem emenda. E, pior, vai para a televisão de Balsemão, sócio fundador n.º 1 do PSD, denunciar em directo essas suas mazelas analíticas que espelham uma lamentável inconsistência. 

Não admira que Coelho não o tenha convidado para o Governo, mas se o fizesse estaria em linha com o conjunto da sua acção, pois estão bem uns para os outros. 

Etiquetas: , ,