Ministro guineense diz que Cavaco foi "infantil"
O ministro de Estado e da Presidência da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, revelou, em entrevista à TSF, que o incidente com os refugiados sírios foi politizado por Lisboa, e que a intenção é dar suporte político ao antigo primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, deposto em 2012.
"Portugal apoiou sempre o ex-PM e não reconhece o atual governo de transição, onde o partido do ex-PM, PAIGC, tem cinco ministros. Portugal continua a insistir em apoiar o ex-PM", afirmou Fernando Vaz à TSF.
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Obs: Seria deveras problemático que Portugal, enquanto estado de direito reconhecesse, de facto e de iure, Estados que resultam de golpes de Estado e, por essa via, governam mediante um regime de excepção num período de transição até que haja dinheiro para fazer eleições.
A entrevista de Fernando Vaz, que é um homem tão habilidoso quanto arguto nos comentários que fez, não pode fazer doutrina, sob pena de qualquer golpe de estado amanhã ser reconhecido pela comunidade internacional como se de um processo político normal se tratasse. Seria legalizar e legitimar o crime de Estado, violando também a vontade popular. O mundo, na mente de F. Vaz, seria composto por uma sucessão de golpes de estado que seriam imediatamente reconhecidos pela ONU, é ao que conduz este ambivalente raciocínio.
Nessa medida, as declarações do entrevistado devem ser relativizadas, e quem o ouviu pensa até que a Guiné é um país democrático e desenvolvido do 1º mundo, ao nível do Canadá e dos EUA.
Para um narco-Estado (e um Estado falhado) não é mau. Entre os factos e o discurso de Fernando Vaz, que carece de algum sentido das proporções das coisas e dos seus valores e princípios, há um atlântico de diferenças.
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