quinta-feira

Yuan pode tornar-se a segunda moeda mundial

Yuan pode tornar-se a segunda moeda mundial Controlo do Banco Central chinês permite fixar o valor do yuan perante as flutuações do mercado Getty Images É um sinal dos tempos. O yuan, a unidade monetária chinesa, está a caminho de se tornar a segunda moeda mais valiosa, atrás do dólar, e tirar o lugar ao euro que se encontra numa profunda crise com implicações no seu valor negocial. in Expresso
Um passo essencial para esta "ultrapassagem" foi dado em dezembro, quando a China e o Japão acordaram realizar negócios bilaterais diretamente na unidade monetária chinesa, sem necessidade de conversão para dólar.
Um acordo de peso, uma vez que estamos a falar da segunda (China) e da terceira (Japão) maiores economias do mundo, com transações no valor de 260 mil milhões de euros em 2011, segundo o "Deutsche Welle".
"É um importante passo politico. Reduz os riscos monetários para as empresas japonesas", afirmou Hosuk Lee-Makiyama do Centro Europeu para a Política Económica Europeia, em Bruxelas, à "Deutsche Welle".
Ou seja, se o valor das trocas entre ambos os países era significativo, o volume vai subir ainda mais, dando cada vez mais importância ao yuan.
Liberalização domina Desde 1996, quando autorizou a conversão do yuan para acordos comerciais, a China tem vindo a dar passos progressivos de tornar a sua unidade monetária mais disponível no âmbito da cada vez mais globalizada e liberalizada economia global, dando um papel ao yuan que corresponda ao atual poderio financeiro do "Império do Meio".
Ao aumentar a convertibilidade do yuan, a China está a permitir que investimentos de capital noutras unidades monetárias possam ser convertidos para yuans. Moeda que, por sua vez, pode vir a ser transacionada a taxas de mercado.
Por exemplo, os bancos nacionais de países como o Brasil e a Nigéria já têm ativos em yuans, e as bolsas de Londres e Singapura esperam poder realizar negocias na moeda chinesa quanto antes.
"A tendência é para a liberalização. Não estamos muito longe do nosso objetivo de convertibilidade", disse Zhou Xiaochuan, presidente do Banco Central da China, citado pelo "Deutsche Welle".
Definição artificial
Porém, a maioria dos analistas considera que ainda é cedo para saber se a total convertibilidade estará tão próxima quanto isso, até devido a políticas do próprio Banco Central chinês para proteger a moeda da especulação do mercado.
Por enquanto, o Banco Central chinês controla o valor do yuan, o que lhe permitie valorizar e desvalorizar a moeda como mais lhe convém, sem a expor às flutuações bolsistas e globais.
Assim sendo, apesar da China ser a segunda maior economia do mundo, o yuan ainda representa menos de 1% das transações mundiais, até porque o sistema chinês de controlo das transações ainda é um dos mais burocráticos e complicados do mundo económico.
Contudo, a mudança está inevitavelmente a caminho e a China está cada vez mais aberta às leis da economia global. Obs: A China, vivendo a teoria de um país, dois sistemas, está em franca progressão económica mediante a utilização cada vez mais generalizada da sua moeda, o YUAN. O "novel dólar" do mercado global, e cada vez será mais utilizado atendendo a que a RPC é um país onde a sua população goza de escassos direitos sociais, os chineses trabalham mais horas/semana do que no Ocidente, não têm sindicatos e/ou movimentos sociais e políticos com a força e expressão do Ocidente, de tudo resultando a produção de bens e serviços a baixo valor que entram no mercado global de forma competitiva. A China veio para ficar. Portugal, no seu processo de colonização nc hostilizou a China, a transferência da soberania de Macau para a RPC tb se fez de forma pacífica, pelo que se adivinham tempos de grandes vantagens comparativas entre estas duas nações tão assimétricas entre si no tamanho, nos recursos económicos, no poder e influência mundiais. Mas, curiosamente, têm hoje interesses comuns e complementares - seja no rectângulo, seja no espaço da lusofonia onde Portugal tem posição privilegiada por causa da história e da língua e, sobretudo, na Europa - em que Portugal pode operar como placa giratória para os interesses chineses nesse imenso mercado.

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