quinta-feira

A UGT de João Proença meteu a pata na poça...

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Algumas notas politico-sindicais de lana-caprina:
1. O Gov conseguiu, de facto, sob muita pressão e algumas promessas (porventura, pessoais e escondidas..) partir a espinha dorsal da UGT, abrindo, assim, uma crise de liderança que culminará com a antecipação da sucessão de João Proença à frente da organização sindical de pendor socialista;
2. O empresariado - que nestas coisas anda sempre na cama política com o Gov - também ajudou à festa, até porque tem interesses objectivos no acordo assinado por J.Proença;
3. João Proença - ficou isolado, alegadamente falseou declarações para se safar da tremenda pressão que está a sentir de vários lados: opinião pública, trabalhadores, dirigentes da pp/a UGT e, doravante, com uma queixa crime por parte da CGTP-In - colonizada pelo PCP e se opunha à assinatura daquele acordo que, em rigor, é mau para os trabalhadores, v.q., os lesa em todas as dimensões dos seus direitos socio-profissionais.
- Ou seja, aquilo que Coelho apresenta como uma vitória traduz-se agora na abertura de um proc. judicial contra J.Proença e que, em termos sindicais, tem como efeito colocar mais manifestantes nas ruas, mais conflitualidade social e, quiça, mais radicalismo sindical nos próximos meses em Portugal.
- Pergunto-me se não seria desejável perder mais uma semana de negociações para que algumas das condições legítimas expostas pelos trabalhadores fossem acolhidas pelo Gov e patrões, e não, como se verificou, ter-se chegado a um diktat do Gov e patronato - que agora só pode traduzir-se numa revolta social ainda maior, porque irreprimível.

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