quarta-feira

"Onde é que se corta" despesa pública no Estado: a reforma do Estado segundo Marques Mendes. O precoce e o retardado

O dr. Marques Mendes é, consabidamente, um mouro de trabalho, foi até considerado o "laranja-mecânica" no tempo longo das "vacas gordas" do cavaquismo, onde distribuía quase todo o jogo parlamentar, por vezes até mesmo ajudando o próprio Cavaco a definir os objectivos políticos nas comunicações parlamentares, dadas as dificuldades do então PM em comunicar a sua mensagem. As aulas de dicção e de colocação de vox - não - bastavam. Com toda esta experiência político-parlamentar, com todo o seu manancial de conhecimento do aparelho de Estado, que dirigiu em inúmeras vezes em vários ministério, é lamentável que o famoso "Ganda Nóia" venha, em 2010, apresentar a sua sistemática reforma do Estado que conhece há décadas.
Em si, a reforma é boa, porque eficiente, racional e benevolente para o erário público e os contribuintes e até para a eficácia de funcionamento do Estado, que é o que se pretende com libertação de recursos para a economia privada, que gera riqueza e cria empregos. Só lamentamos que Marques mendes não tenha feito essas propostas quando foi ministro dos Assuntos Parlamentares, teria tido outra autoridade moral e eficiência política, fazê-lo agora, é, não só ineficaz como também revela cinismo e hipocrisia política, até para o seu próprio partido, o PSD, e um desgaste suplementar para o líder, Pedro Passos Coelho - que "amanhã" ao desejar implementar algumas dessas propostas - porque são racionais - a turba perguntar-se-á porque não foi Marques mendes a apresentá-las e a implementá-las quando podia (e devia).
Em suma: em inúmeras circunstâncias políticas dos últimos 25 da nossa vida pública, Marques Mendes revelou-se um actor político precoce, antecipado, mas noutras é, manifestamente, um retardado a perceber o óbvio.
Onde é que se corta despesa publica Portugal

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