terça-feira

A razão e desrazão de Alegre

O candidato à Presidência da República Manuel Alegre condenou hoje a “grande confusão entre as funções presidenciais e a campanha do candidato Cavaco Silva”, rejeitando as recomendações feitas pela OCDE para a economia portuguesa. (...) Público
Obs: Razão tem Alegre ao criticar o abuso de Cavaco no desempenho das suas funções de chefe de Estado - que aparecem inúmeras vezes mitigadas com a sua campanha eleitoral. Até um ceguinho vê... Mas também é lícito perguntarmos o que faria Alegre caso fosse PR em funções: colar-se-ia ao BE e ao PCP contra o Governo, como fez nos últimos dois anos (?) O problema de Alegre é que ficou sem autoridade moral e política para hoje dar uma imagem de credibilidade e de competência no exercício das funções presidenciais e, ao mesmo tempo, ser equidistante das forças que compõem o espectro partidário em Portugal. E assim Cavaco, de silêncio em silêncio, o vai "matando" politicamente, adiando a sua apresentação formal a Belém (enquanto vai fazendo campanha), com a agravante de agora o poeta ter de fazer declarações que desgastam ainda mais precisamente o partido que o apoio formalmente a Belém: o PS. O poeta Alegre não só caiu num beco, como também desgasta a imagem do Governo mais rapidamente neste caldo político que navega entre a crise e a recessão. Nem um poema salvaria hoje Portugal.
Navegar é preciso, mas isso é mais com o Fernando Pessoa...

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