quinta-feira

Manuela diz que Sócrates até pressionou Rei de Espanha

Nota prévia: perante este factóide anómalo que contaminou o agenda-setting nacional até dá vontade de citar o Rei de Espanha e dizer: porque não te calas...
Audição. "Juan Luis Cebrián terá desabafado que estava farto dos telefonemas do sr. primeiro-ministro [José Sócrates], que inclusivamente até para o Rei de Espanha tinha ligado, para a Casa Real", revelou ontem a jornalista da TVI Manuela Moura Guedes disparou em todas as direcções na audição de ontem na Comissão de Ética, Cultura e Sociedade que está a avaliar a liberdade de expressão em Portugal. Jornalistas, assessores do gabinete do primeiro-ministro, António Vitorino e vários elementos do PS, uma inspectora da Polícia Judiciária, o próprio primeiro-ministro e até o Rei de Espanha foram referidos pela ex-pivô do Jornal Nacional de Sexta. como estando envolvidos no "esquema" de controlo dos media. A reacção mais forte às acusações de Manuela Moura Guedes vieram da parte da directora da Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal, Maria Alice Fernandes, que vai apresentar uma queixa-crime contra a jornalista. Em causa estão as declarações de Moura Guedes que afirmou que a responsável da PJ recebia telefonemas de assessores do primeiro-ministro, José Sócrates, por causa do caso Freeport, e que era "permeável" a estes contactos. dn Segundo fonte próxima da Direcção Nacional (DN) da PJ, além deste processo judicial, a DN "vai avaliar o teor exacto das acusações de Manuela Moura Guedes e verificar se atentam contra a própria idoneidade da PJ". Caso entendam que essa situação se verificou, assegura a mesma fonte, "haverá lugar também a um processo-crime" da Direcção Nacional da PJ. (...)
Obs: Quem faz jornalismo deve ter uma relação realista com os factos, ou seja, evitar subverter a realidade é uma regra essencial para respeitar os factos. Ora, como temos visto, o "jornalismo" praticado pela srª dona Manuela Moura guedes deformava os factos, seguia uma linha discursiva profundamente tendenciosa, opinativa e, portanto, parcial em relação ao material que narrava (e não apenas ao ódio que destilava relativamente ao PM em funções).
O problema da senhora Guedes é estrutural, dado que nunca foi uma razoável profissional quando trabalhava na RTP, ou será que as pessoas já estão esquecidas que Marques Mendes, só para dar um exemplo da área do psd, se recusava a ser entrevistado pela dita senhora sob pretexto de que as suas entrevistas eram uma coisa inominável!??
Isto fez dela, mesmo entre a classe jornalística, uma má profissional, uma péssima jornalista que, desprestigiando a classe por via da tal deformação dos factos e pelo psicodramatismo que depositava nas suas visões e ilusões, não deveria continuar a manchar a dignidade profissional do sector e a denegrir a deontologia da classe que, supostamente, todos deverão observar.
O casal moniz/guedes ou desconhecia ou sendo animada por um ódio visceral a certas pessoas que transportava para o écran - acabava por ser consumida pelo fogo de tais sentimentos - e esse facto impedia-a de ser uma jornalista que relata factos com rigor, objectividade e transparência. De resto, a carreira desta senhora tem sido penosa, como cantora primeiro, como deputada (efémera) depois, e, como jornalista.. uma inexistência.
Confesso que aquele jornal de 6feira/tvi era um verdadeiro atentado às regras simples que me lembro de ter aprendido no liceu acerca dessa arte nobre que é o jornalismo. Um atentado que, antes de mais, visou a classe dos jornalistas que não se reconheciam na senhora, e quando a própria corporação rejeita algo que é considerado um corpo estranho à sua própria classe, só há dois caminhos a seguir: ou mudar de profissão; ou começar a pensar que é chegado o momento de regressar à escola. Nem que seja para, pela 1ª vez na vida, aprender as regras básicas do bom jornalismo, tarefa que supõe procurar não misturar factos com opiniões, nem confundir percepções e desejos com realidades.
E, já agora, também não misturar os papéis, pois tem-se generalizado a ideia na sociedade portuguesa que alguns jornalistas, ante o laxismo e incúria da nossa justiça, devem assumir o papel de investigadores judiciais com capacidade de executar julgamentos sumários em directo.
E, ao que parece, a classe jornalística também não perdoou à dona Guedes esse facto. No fundo, guedes foi marginalizada pela sua própria classe, e isso custa-lhe imenso, por isso também se lhe torna menos doloroso reconhecer que a sua expulsão do jornalismo nacional se ficou a dever mais a uma vontade expressa do PM (um excelente "bode expiatório") do que reconhecer os factos e imputar isso à sua própria incompetência e insatisfação da classe.
Até na queda, ao que vemos, moura Guedes não consegue ser imparcial e objectiva, e assim torna-se difícil, um dia, vir a ser uma razoável jornalista.