terça-feira

A política da verdade de Ferreira Leite.

Foi tudo menos um discurso natalício. Manuela Ferreira Leite aproveitou hoje o jantar de Natal da bancada do PSD para desferir um dos mais violentos ataques a José Sócrates. A líder recuperou o discurso de campanha contra o “projecto pessoal de poder” de Sócrates, mas acrescentou-lhe umas quantas acusações. Em vez de governar para “resolver os problemas do país”, o primeiro-ministro apostou, disse, no “discurso da governabilidade, na chantagem e na vitimização e quase um desafio às instituições de soberania como o Presidente da República e a Assembleia da República, (...) Público
Obs:
Muitos portugueses olham para Ferreira Leite num misto de tolerância e compreensão, em alguns casos cedendo compaixão. Ela até é portadora de algumas verdades, mas tem vários problemas com a sua verdade: 1) não tem autoridade para falar; 2) não é autora de pensamento, logo o que lê e diz é escrito e pensado por cabeça e mão alheia, talvez o seu filósofo da marmeleira, Pacheco Pereira; 3) não é candidata a coisa nenhuma, senão à sua própria demissão. Duvido que saía com dignidade da sede da Lapa, na medida em que a sua política de verdade se converteu numa grande incongruência. Leite, no fundo, nada mais faz na vida pública senão fazer discursos anti-Sócrates, foi também por isso que perdeu as eleições e está sendo cilindrada na liderança do próprio PSD. Leite representa o grau zero da política à portuguesa, e espelha, de par com Santana Lopes, o refugo social-democrata. Tudo ingredientes que os portugueses descartam como alternativa ao governo PS. Em rigor, o pior inimigo do PSd está hoje dentro do próprio partido, e não fora dele.