segunda-feira

Narrativas legislateiras

"Algo" enfastiou no diálogo dos pesos pesados entre Marcelo Rebeleo de Sousa e António Vitorino. Esse algo foi Marcelo repetir mais de uma dezena de vezes: "o dr. António Vitorino", tamanha a consideração que nutre pelo ex-Comissário. Mas o mais interessante da noite foi, precisamente, a forma como a noite interpretativa entre ambos terminou: Marcelo, num misto de lamúria e de inveja referir que Sócrates já estava em campanha por estar a apoiar António Costa à CML (como se vê na imagem abaixo); ao que António Vitorino retorquiu: não vi Ferreira leite ao lado de Pedro santana Lopes, ou o inverso, tanto faz. Também aqui Marcelo perdeu objectivamente o debate da noite para António Vitorino. Afinal, AV foi mesmo do "dr." da noite.
Sócrates tem o dom da ubiquidade, e ainda estava numa eleição (legislativa) já estava a dar uma "mãozinha" a António Costa para Lisboa. É bom ver esta amizade na política cuja esfera de acção é, por natura, traiçoeira e vingativa. Também aqui a Sr.ª Manuela Ferreira Leite e o Sr. professor Cavaco e Silva poderão aprender algo com este gesto. Nem sempre a política está armadilhada de maledicência, escutas e cabalas, e é bom reconhecer quando existe solidariedade efectiva entre os actores políticos do nosso país, seja nos bons momentos seja nos momentos menos bons.
Ao avistar este espécime nunca sei se estou diante de um Dinossaurus-rex ou se estou perante Raul Castro, irmão do ditador cubano, Fidel Castro, qual lagarto de comoro que acha que mesmo quando os portugueses votam num sentido estão doentes e alienados. Al berto João Jardim há décadas que faz o "transfer", i.é, imputa a terceiros a doenças de que é portador. Trata-se dum caso clínico que a política jamais conseguirá tratar. Portanto, o mal só desaparecerá quando os madeirenses ganharem alguma maioridade intelectual, política e moral. Quando isso ocorrer correm com aquele pequeno ditador da ilha, talvez o remetam para um país da OUA.

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Cavaco e Silva está cada vez mais pressionado pela ditadura das circunstâncias: se a sua amiguinha ganhasse Cavaco jamais falaria na cabala que montou para derrubar Sócrates, as alegadas escutas a Belém, uma óbvia manobra de diversão para Cavaco ajudar Leite a subir a escadaria de S. Bento e ser alguém na política em Portugal. Se, ao invés, Leite perdesse, como era mais do que previsível, Cavaco terá Sócrates (os media e a sociedade civil no seu conjunto) "à perna", e agora cavaco terá de sair da toca e ter a coragem de dizer algo ao país. Ou será que ainda está a coligir provas ou evidências?! Se nada fizer será um gesto de cobardia política que só minará ainda mais a sua permanência em Belém; fazendo-o, é bom que não emende uma mentira com outra ainda maior. Confesso que Cavaco não conseguirá findar o seu mandato com dignidade, e para mal dos seus pecados tal só acontecerá se Sócrates o ajudar. Tamanha a humilhação em política. Aquele que Cavaco tentou destruir políticamente é precisamente aquele que o ajudará a atravessar a passadeira do palácio Rosa.
O país teme pelo futuro político do ainda PR.
PS: Será que Cavaco ainda está preocupado com o caso BPN, seus contornos e pessoas ligadas ao meio?!
Seja como for, aguarda-se a devida indigitação de Sócrates para formar governo. Ferreira Leite sempre poderá dar uma bela assessora de Comunicação de Cavaco em Belém, substituindo o enorme vazio do jornalista Fernando Lima, especialmente a ajuizar pelo jeito que a senhora tem para comunicar e trocar notas com os media.
Com jeito, num próximo discurso no American Club, a ex-pupila de cavaco ainda defende a tese de que os media mais afoitos devem ser todos presos quando criticarem a oposição. Aguardemos para ver.
Já agora, alguém viu por aí o filósofo da marmeleira, Pachecus Pereira...