Ementa Jumento após a espionite presidencial: carapaus a-lima-dos
Prometi a mim mesmo que não escreveria mais prosa até ao final da semana, promessa que foi contrariada pela meta-narrativa do Jumento. Ao estilo 007 na república à portuguesa. O problema é que a Guerra Fria já acabou, o muro de Berlim já caíu, o SIS não anda a soldo do Governo para espiar as desinteressantes opiniões de Belém (salvo se estas instabilizarem a própria democracia e o estado de direito), e, por todos, Ferreira Leite não tem estatuto de Bond Girl. No mínimo, é uma sombra duma freira do Convento de Mafra nos tempos em que havia fome em Portugal, em que as pessoas ficavam tão magras como os bacalhaus secos como são expostos alí para as bandas da R. do Arsenal. A minha dúvida reside em saber o que pior faz aos portugueses: bacalhau seco ou os carapaus a-lima-dos, petisco que procurei em todo o Allgarve e não encontrei, apesar de já ter a receita. Aguardarei pela próxima crise institucional para os fazer. Ou se calhar serão motivo de comemoração pós-eleitoral. Veremos. Talvez a festança fique mais em conta, porque os tempos não estão para estravagâncias e o Portugal contemporâneo alimenta-se de tudo menos da dita cooperação estratégica proclamada por Belém quando, afinal, de lá sopram apenas balas e tirinhos de pólvora seca. Como aqueles que davamos na Feira Popular, mais uma das broncas deixadas por Santana Lopes que António Costa terá de resolver. Façamos, pois, todos um pedido em uníssono a Sócrates: ajude, pfv, o Sr. Cavaco e Silva a terminar o seu pobre mandato com um pingo de dignidade. Será capaz de fazer esse favor à República, engº Sócrates?!
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