Cavaco Silva - Jumento
Nota prévia:
Cavaco ficou sem espaço de manobra por causa do enredo que criou, evoca aquele pescador que pretende lançar a rede ao mar para apanhar peixe e, afinal, é ele que fica enredado nos seus próprios nós. Cavaco, para sair da teia que ele próprio criou a fim de penalizar o PM e ajudar a catapultar para o poder a sua amiga Manuela Ferreira leite, só tinha duas opções: 1) encontrar um bode expiatório que seja públicamente sacrificado; 2) ou demitir-se. Cavaco escolheu a via mais fácil e irresponsável, sacrificando um modesto assessor que já nasceu velho a trabalhar ao seu lado.
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- in Jumento -
Cavaco Silva
A demissão do seu assessor de confiança de Fernando Lima não só não iliba Cavaco Silva de todo o vergonhoso processo das faladas vigilâncias de Belém, como revela algum cinismo, pois tenta livrar-se do prejuízo à custa do assessor para a comunicação social.
A acreditar na informação do Diário de Notícias, a ideia de lançar a suspeita sobre José Sócrates partiu de Cavaco Silva e esta demissão por si só não desmente esse facto. A verdade é que durante mais de um mês o ainda Presidente da República manteve a suspeição sobre o primeiro-ministro, alimentando a estratégia política de Manuela Ferreira Leite. Ainda há poucos dias alguém soprou para a comunicação social que Cavaco Silva teria ordenado uma investigação no Palácio e a verdade é que ninguém desmentiu.
Quando em Agosto foi questionado sobre esta questão em vez de a desmentir Cavaco optou por insinuar que alguém estava interessado em desviar a atenção do desemprego e dos problemas do país que ele disse conhecer bem. Quem poderia estar interessado em desviar a atenção a não ser José Sócrates? Isto é, não só manteve a suspeita como aproveitou para fazer um insinuação, método menos limpo de comportamento institucional a que Cavaco nos habituou.
Quando saiu a notícia no Diário de Notícias voltou a não desmentir, optou por adensar a suspeita sobre Sócrates dizendo que as questões da segurança eram importantes e faria perguntas seguir às eleições. Isto é, não só não desmentiu como alinhou com os disparates de José Manuel Fernandes e adensou a suspeita de que o governo encomendou um "serviço" aos serviços de segurança.
Para influenciar os eleitores e tentar substituir José Sócrates por Ferreira Leite o ainda Presidente da República não hesitou pôr em causa instituições da República, alimentar o boato em torno de Sócrates, alimentar uma mentira que servisse de discurso ao PSD e, no fim de tudo isto, acha que se escapa demitindo uma figura secundária que mais não fez do que um serviço sujo que alguém encomendou e/ou agradeceu.
O que sucedeu ou estava para suceder nestes três ou quatro dias para que Cavaco tente abafar o assunto à custa do seu velho amigo? Provavelmente nada, provavelmente Cavaco já não acredita numa vitória de Manuela Ferreira Leite e sabendo que com Sócrates já não poderia recuar neste dossier podendo vir a ser obrigado a renunciar optou por tentar encerrar o assunto. Este gesto de Cavaco, equivale ao de um treinador de boxe que atira a toalha para o tapete, Cavaco admitiu a derrota da sua candidata pessoal a primeira-ministra.
Cavaco está agora sob a suspeita grave de ter montado uma conspiração contra um primeiro-ministro para transformar as eleições democráticas numa farsa terceiro-mundista. Agora só tem duas saídas: ou prova a sua inocência ou renuncia ao mandato no dia a seguir às eleições, o tal dia em que supostamente i(ri)a fazer perguntas.
Obs: envie-se xerox ao pobre jornalista fernando lima, o novel bode expiatório de Belém. Daqui a 75 dias é despachado para a Europa a ganhar 3 vezes mais. Talvez para secretário do Sr. Fernades.
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