Ferreira Leite foi “ministra de má memória. É o grau zero da política, é a má moeda
QUEM ESTALA QUEM...
- FERREIRA LEITE REPRESENTA O GRAU ZERO DA POLÍTICA
Margarida Gomes, Leonete Botelho
O passado governativo de Manuela Ferreira Leite foi esta tarde recordado em Bragança por Edite Estrela, que qualificou a actual líder do PSD como uma “ministra de má memória”. Num concelho “laranja” que surpreendeu pela adesão à passagem da caravana socialista, a eurodeputada de origem transmontana devolveu as críticas sobre a asfixia democrática e os riscos de hipotecar o futuro.
Como ministra da Educação, “tratou mal os alunos e tratou mal os professores”. “Nesse tempo, sim, é que não era dada liberdade aos professores para se manifestarem publicamente, para dizerem o que é que pensavam, para darem as suas opiniões. Ela proibiu os professores de falar com a comunicação social. Aí, sim, é que havia asfixia democrática”, afirmou Edite Estrela, aludindo ao despacho conhecido por “lei da rolha", assinado pelo ministro adjunto Couto dos Santos quando Ferreira Leite tutelava a pasta da Educação no ultimo Governo de Cavaco Silva.
Para rebater as acusações do PSD de que o investimento público hipoteca o futuro, a eurodeputada recordou o tempo da presidente ‘laranja’ como ministra das Finanças: “Vendeu ao Citibank os títulos da dívida da Segurança Social, que nós estamos a pagar agora. Ela, sim, é que hipotecou o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos”.
Com o seu discurso “pela positiva”, José Sócrates preferiu realçar a sua obra: “O maior investimento público que alguma vez se fez em Trás-os-Montes foi feito exactamente agora: a auto-estrada Bragança/Vila Real, o IC5, o IP2 e o maior número de barragens que há muito tempo esperavam”.
Para disparar contra a sua principal adversária. “Aqueles que andam para aí a dizer que este não é o momento para fazer investimento e construir auto-estradas, pois eles que venham aqui, dizerem aos cidadãos do distrito de Bragança quantos anos mais é que tinham de esperar para que, finalmente, se fizesse justiça com o distrito de Bragança e com Trás-os-Montes”, destacou.
Um discurso na lógica do que tem feito um pouco por todo o país. Por onde passa, Sócrates refere sempre a obra local em curso ou a futura, em jeito de promessa, afirmando que está a “fazer justiça” à região onde, em cada momento, se encontra.
Apesar de todo o entusiasmo com que foi recebido em Bragança, Sócrates não ficou para o almoço, o que desagradou a muitos dos presentes. “Mas ele não está aqui com o povo”, lamentavam alguns. A justificação avançada é que o líder do PS seguiu mais cedo para ter tempo de gravar o último tempo de antena do partido.
Na jornada por Trás-os-Montes, a caravana começou o dia em Macedo de Cavaleiros onde, em visita ao Instituto Piaget, Sócrates repetiu como “prioridades” da sua acção a educação, o Estado social e o investimento em ciência.
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