segunda-feira

Algumas imagens dos resultados eleitorais. O bailinho da Madeira...

Dê-se os parabéns à Manuela Ferreira Laite que conseguiu 31,7% (8 deputados); o PS 26,6% (7 deputados). Cabendo o mérito a Rangel, ajudado pela abstenção e pela crise económica que grassa na Europa e em Portugal. No fundo, os melhores amigos do PSD: a crise económica, financeira e social. Foi assim que o PSD conseguiu esta vitória de pirro que não terá nenhuma transposição para as Legislativas.
  • Mas a prosa de Rangel consistiu em dedicar a sua vitória a Ferreira Leite (que fez dele cabeça de lista), depois a narrativa inverteu-se e a srª Ferreira derreteu-se com Rangel, "maneiras que" dedicaram-se um ao outro, como quem troca corações por almas numa reedição duma modern talking na Lapa, e foi essa narrativa sinistra, nutrida pela crise de confiança global que agravou a crise económica, financeira e social em Portugal (como na generalidade dos países da Europa) que me fez supôr que aquela troca de galhardetes entre Rangel & Leite foi inspirada na música meio cafona da década de 80 que fez as delícias de muitos corações e esteve nos tops de então. Tenho para mim que caso Portugal tivesse Ferreira leite em S. Bento Lisboa teria dois terramotos por semana, o Norte já estaria fechado para obras, o Sul vendido aos alemães e ingleses e a Região Centro seria explorada pelo Citigroup - com quem a manela fez as negociatas do costume. Aí sim, Portugal viveria uma verdadeira tragédia social e humana. Até o PSD merecia melhor, ou melhor, até Rangel merecia uma líder - que hoje não tem, apesar desta vitória de pirro que, em boa medida, se deve a uns módicos 60% de abstenção, o que é devastador e nos envergonha perante a Europa.
Modern Talking - You're My Heart, You're My Soul

Boa noite meninos, cheguei...

"Bô nôte" - dirá ela - (apanhou a boleia do Rangel e agora está aflita para combater Sócrates nas legislativas). Será que vai recrutar o Rangel para fazer campanha ou envia para o terreno o Aguiar Branco. Ou, no limite, chamará o seu afilhado, António Preto!? Em rigor, Leite está a prazo, com a agravante de que o PSd de Leite não ter projecto alternativo ao PS para Portugal.
António Vitorino sabe aquilo que os portugueses sabem e sentem: esta elevada taxa de abstenção funcionou como cartão amarelo ao Governo, mas em contexto de eleições legislativas a abstenção terá, seguramente, outro sentido, outro comportamento, já que os portugueses pensarão duas vezes, dado que não desejarão pôr em risco a governabilidade e a estabilidade política em Portugal. Isso custaria muito caro aos portugueses, e traduzir-se-ía em mais desemprego, desinvestimento e degradação das condições sociais.
Marcelo está preocupado com o facto de o Governo não ter espaço de manobra para recuperar até às legislativas. Nem para recauchutar. É mais um wishful thinking. No fundo, Marcelo gosta da metáfora dos pneus e não quer que Sócrates remodele. Ou quer e finge que não quer, como é apanágio do seu maquiavelismo que só estica para a intriga política, não dá para governar.
Manuel Alegre aproveita a boleia dos resultados eleitorais para dizer, ou sugerir, que Sócrates terá de afinar políticas e, eventualmente, substituir alguns ministros. Mas é provável que amanhã Alegre pense e diga algo diferente, dentro do género. Confesso que gostaria de ver ainda Alegre como ministro da Cultura. Cabeças, muitas cabeças, cabecinhas e cabeçudos. Neste PSD é só crânios. O pior é a líder..., ou a falta dela.
O oportunismo claustrofóbico de Paulo Rangel faz com que no dia das eleições europeias diga que vai fazer uma moção de censura ao governo. Ridículo, para não dizer imbecil. Isto revela que já sabíamos que Rangel não tinha ideias nacionais para a Europa - ou um projecto europeu para Portugal - mas daí a no próprio dia das europeias montar o circo vertido numa moção de censura ao Governo é converter a política numa verdadeira palhaçada rangeliana. Por vezes Rangel é muito trapalhão, portanto aquela palhaçada também é um papel que fácilmente se lhe cola.
Ou seja, Rangel tem jeito para o teatro, e nisso aprendeu com Marcelo. Ou foi o contrário...
António Costa explicitou aquilo que os portugueses já temiam: as eleições europeias são, afinal, um conjunto de sinais para a política interna, e a ser assim, ou seja, não havendo autentica autonomia dos momentos eleitorais a que, em tese, corresponde uma legitimidade política própria, talvez o melhor, doravante, seja concentrar todas as eleições num só momento eleitoral. Poupavam-se alguns milhões de euros, e Portugal ficaria poupado ao circo mediático rangeliano de ouvir o mesmo no dia da sua vitória nas europeias dizer que vai fazer uma moção de censura ao Governo (nas legislativas).
Além de idiota ridiculariza o momento eleitoral das europeias - que ele tanto procurou valorizar e que, agora, cola às legislativas.
Rangel é um grande trapalhão. O trapalhão da falsa oratória.