segunda-feira

Psicoterapia política

Os europeus, e os portugueses em particular, estão algo descrentes relativamente ao futuro. Começam por desconfiar deles próprios, não renovam grandes crenças na economia, os políticos revelaram não conseguir prever a hecatombe financeira e a crise de confiança que tornou os mercados internacionais voláteis e o risco social um dos grandes problemas da contemporaneidade - no mundo e na Europa. Ninguém hoje está seguro no seu posto de trabalho, nem Vitor Constâncio. Daí à circunstância de tudo se relativisar vai um passo. Resultado: não confiamos no irmão, na mulher, no pai, no tio, na economia, no empresário, no ministro das Finanças, na líder da oposição (que nem em si confia), não confiamos em ninguém. Resta-nos aquele vão sentimento de psicoterapia com o propósito de influenciar a perturbação que colectivamente sentimos por viver num país, como diz Cavaco, está à 8 anos a divergir da Europa nos principais indicadores de desenvolvimento social e humano. Se assim é a Europa irá precisar de psicoterapeutas - um grupo sociprofissional que por viver da crise - tende a não conhecer os seus efeitos. Os "freuds" que venham...