Gebalis contrata João Nabais e exige indemnização a ex-gestores
Gebalis contrata João Nabais e exige indemnização a ex-gestores
LUÍSA BOTINAS
Processo. Empresa municipal quer ir além da acusação do Ministério Público
A Gebalis, empresa municipal responsável pela gestão dos bairros camarários de Lisboa, quer ver três dos seus ex-administradores responsabilizados por gestão danosa e pretende ser ressarcida com 5,9 milhões de euros. O conhecido advogado João Nabais foi contratado pela actual administração e já avançou com uma acção cível, da qual decorre este pedido de indemnização.
"Ninguém compreenderia que, perante os factos e situações que viemos a ter conhecimento na sequência da auditoria interna realizada pela câmara, a actual administração nada fizesse ou não pedisse responsabilidades", disse ao DN Luís Marques dos Santos, actual presidente da da Gebalis. A auditoria interna, de 2007, recomendava já a reposição aos ex-gestores de "verbas não justificadas". Francisco Ribeiro, Clara Rocha e Mário Peças foram constituídos arguidos pelo Ministério Público por suspeita da prática dos crimes de peculato e administração danosa, entre Março de 2006 e Outubro de 2007.
Mário Peças recusou prestar declarações ao DN sobre o pedido de indemnização. Francisco Ribeiro limitou-se a afirmar que aguarda "o decurso normal do processo judicial" e que "os tribunais vão resolver o assunto". Tudo indica que as audiências dos interessados sejam marcadas para os primeiros meses deste ano. Após esta diligência, o juiz decidirá se haverá lugar a julgamento ou a arquivamento. A Gebalis, além de se ter constituído assistente no processo, pede agora através desta acção judicial movida por Nabais uma choruda indemnização aos ex-gestores.
"É o bom nome da empresa que está em causa, bem como a sua imagem junto da população. Não têm sido raras as vezes em que os nossos funcionários ouvem acusações dos moradores, sobre a inoperância da empresa ligada aos gastos supérfluos", sublinha o presidente da Gebalis. Francisco Ribeiro e Clara Costa foram nomeados sob a tutela de Maria José Nogueira Pinto na Habitação Social. Mário Peças (ligado ao PS) transitou de anteriores administrações. Além das acusações que sobre eles impendem, resultantes do trabalho da equipa de Maria José Morgado, os três ex-gestores são agora acusados, segundo a acção cível que o CM cita, de terem gasto dinheiros públicos "a seu bel-prazer, sem qualquer critério e num quadro de uma gestão desadequada, imprudente e descontrolada", apesar de conhecerem a situação deficitária e crítica em que a Gebalis se encontrava na altura em que tomaram posse.
Obs: Convinha identificar os critérios com base nos quais os ex-gestores da Gebalis foram nomeados. Um tema a que, certamente, a Zézinha Nogueira Pinta regressará nas páginas do DN. Assim, ficaremos todos a conhecer esses critérios - que nenhuma relação tiveram com a contenção e o rigor na administração dos dinheiros públicos, ainda por cima de uma empresa municipal que gere bairros sociais. Enfim, mais um Alkaseltzer...
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