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2009 - o Ano da Análise e dos Analistas. O ano Borda d' Água

O ano que ora entrou será um ano que prenuncia o pior da última década: nos indicadores económicos e financeiros - com reflexos óbvios no tecido social e na falta de coesão que iremos sentir por força da falta de crescimento e desenvolvimento da economia mundial, da economia europeia e da nossa querida economia nacional, muito dependente do exterior. De tudo resultará um empobrecimento colectivo ligado ao desemprego, às falências nas PMEs, à exclusão social, à criminalidade e aos demais indicadores da desgraça que nestas conjunturas deprimem ainda mais o sentir e agir colectivo.

Resta-nos a Análise. E se já há tantos analistas, desde a metereologia às bolsas e mercados financeiros - a debitar tanta previsão que nunca se realiza, então a política poderá conhecer um incremento de analistas - sendo certo que a blogosfera e a mediacracia do costume - poderão intensificar esse mercado da análise e da opinião.

É neste quadro que se colocará a questão de saber o que será um analista político em contexto de turbulência?

Serão homens e mulheres que nos dizem o que vai acontecer a nível político, social e económico e depois explicam-nos porque razão as suas previsões não encontraram consonância nos factos previstos.

Por isso creio que o ano de 2009 será o Ano da Análise: o ano das promessas, dos raciocínios, das conjecturas mais bárbaras e também mais geniais. O ano das cambalhotas, e aqui Marcelo Rebelo de Sousa deixará de ficar sózinho nesse mercado da análise - porque passará a haver muitos desmentidos em resultado do falhanço das previsões.

Será ainda um ano em que os partidos serão mais humanos e próximos das populações. Compreende-se, estamos em eleições. O Governo mais atencioso com os mais desfavorecidos, também se compreende pelas mesmas razões, acrescidas do facto de ter equilibrado as finanças públicas, e isso é obra de Sócrates e dos impostos dos portugueses.

Será ainda ano, creio, de muitas presidências abertas. Mas mais do que isso: 2009, por ser um ano de excelência em matéria de "fabricagem industrial" de análise e opinião - será um ano de Inteligência Aberta.

Doravante, todos passaremos a ser pequenos, médios e grandes divulgadores do Borda d' Água. E até nos dias de grande calor seremos capazes de antecipar grandes trovoadas seguidas de chuvas intensas. E nos dias chuvosos pre-dizer tempos tropicais.

Enfim, tudo estará em aberto nesse imenso buraco analítico que será 2009: o ano das mentiras e das promessas, e se assim é podemos também aqui dizer que Ferreira Leite será a próxima PM de Portugal; Santana Lopes o novel edil da capital (porque prometerá contruir um túnel do Areeiro directamente à Lapa com paragem obrigatória na 24 de Julho/Kapital) e, em Portugal, no próximo Verão o sol regressará aos céus, os portugueses estarão todos um pouco mais velhos...

Poderemos ainda prever que Cavaco se irá preocupar com o novel Estatuto politico-administrativo da Madeira, que Al berto João Jardim morre num acidente de carrinhos-de-choque num circo do Funchal de sua autoria, que Paulo Portas e o cds sobem para os 10%, o camarada Jerónimo do PCP passa a defender do alto do Parque Eduardo VII - as velhas teorias neoliberais de Milton Friedman e Louçã também vai para o Campo Pequeno reeditar as touradas que costuma debitar no hemiciclo. Entretanto, Sócrates voltará a fumar e Pinto Monteiro, PGR - manda a secretária fazer-lhe um..., blogue.

Pelo caminho alguém morreu e alguém nasce e, tudo, afinal, é vaidade e tempo que passa como diria o Eclesiastes...

2009 - será o Ano Borda d'Água.

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Obs: A 1ª grande previsão política [falhada] para 2009 é a de que Pacheco Pereira, afinal, já não vai requerer mudança de morada administrativa para poder votar fora de Lisboa e continuar votando no PSD. Ele, sob proposta de Ferreira Leite, aceitou ser o mandatário da Campanha autárquica de Santana Lopes para Lisboa.

Imagem WHCG

Estória da 1ª grande previsão política falhada para o Ano da Análise/2009.