domingo

Marcelo, outro que vota Sócrates. O grande amigo dos editores e livreiros

Há 15 anos ouvia o douto Marcelo na sala, depois passei a ouvi-lo na varanda e hoje é entre o WC e a dispensa. É o regresso do grande ilusionista político e malabarista analítico.
Ele gostou da política económica do Governo (com excepção do TGV, o País também pequenote!!!), gostou da entrevista de Sócrates à Sic, gostou da forma como Ricardo se excitou, gosta de Cristiano Ronaldo, gostou da forma como o PR se defendeu do Estatuto dos Açores, gostou menos que o PM tivesse "apertado os calos" ao PR, mas Marcelo só não explicou um pequeno grande detalhe - que disfarçou como pode - metendo uma cunha na conversa para derivar: por que razão o sr. PR não enviou, ab initio, o diploma para o TC para aí ser expulgado das inconstitucionalidades que encerrava... Foi isto que detonou a granada nas mãos de Cavaco, que também não sabe voltar a trás.
No final, Marcelo lá acabou por dizer que a entrevista de Sócrates à SIc foi boa na forma e no conteúdo. Enfim, mais outro que vota Socas.
Só já falta perguntar a marcelo se também está a escrever alguma moção para apresentar no XVI Congresso do PS em Fevereiro e aparecer disfaçado de Jorge Coelho ou Manuel Alegre...
Esqueceu-se foi, desta vez, de atribuir nota ao PM. Este Marcelo é cá um ilusionista!
Para não ter que dar um 17 ou 18 - fingiu esquecer-se, as usual. E digo um 17 ou 18 porque ao tempo em que Marques Mendes era uma abécula na Lapa interferindo diáriamente na vida política da autarquia de Lisboa então presidida pelo prof. Carmona Rodrigues - marcelo dava 16 val. a Marques Mendes (quando ele nem 9 merecia), na altura na liderança do psd. Por isso está justificado o 17 ou 18 val. a Sócrates.
E para um ex-aluno da Universidade Independente, temos de convir, não é nada mau. Aposte-se nas "privadas"..
Agora, o grande trabalho de Marcelo é, de facto, a divulgação que ele faz ao livro em Portugal. Mesmo que só leia as lombadas marcelo deverá ser proposto pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) para a medalha de divulgação do livro em Portugal.
Arrisco mesmo a dizer que se Marcelo tivesse nas décadas de 70 e 80 do séc. XX a projecção mediática que tem hoje seria ele - e não o Serviço de Cultura da Fundação Caloust Gulbenkian - quem andaria pelo País a conduzir aquelas carrinhas parecidas com as das peixeiras, mas que eram autenticas Bibliotecas Ambulantes - a fazer a divulgação do livro em Portugal - e que ensinaram muitas pessoas a ler e a ganhar o gosto pela leitura.
Proponha-se, pois, o seu nome ao PR para no dia 10 de Junho (Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas) agraciar o comentarista com essa grande medalha pela divulgação do livro. E a Fundação Gulbenkian - se não for forreta - deveria associar-se ao evento e oferecer uma "caravana" daquelas ao Marcelo sob condição deste fazer um tour pelo País para distribuir mais livros e, talvez, alguns computadores Magalhães - sob o patrocínio directo de Sócrates. Emílio Rui Vilar a esta altura já deverá estar a cogitar sobre o assunto.
Marcelo é hoje, de facto, o grande amigo dos editores e livreiros. O grande promotor da leitura e, talvez, o concorrente mais feroz do Ministério da Cultura.
Depois desta prestação não será difícil imaginar que a srª Ferreira leite já esteja na caminha a toque de ben-u-rons compensando-se com a botija d'água quente e desabafando para o netinho: mas por que é que eu me meti nisto...
Também é por isto que os principais inimigos políticos de marcelo estão todos no psd.
É a vida...