sábado

SIS na investigação de assalto na A2

SIS na investigação de assalto na A2, in JN
00h30m CARLOS VARELA
O SIS já está a colaborar com a Polícia Judiciária na perseguição aos responsáveis pelo assalto de que foi alvo, anteontem, uma carrinha de valores, em Aljustrel. O caso configura cada vez mais um golpe internacional.
A investigação do roubo ocorrido de madrugada, na auto-estrada 2 (Lisboa/Algarve), está a cargo da Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB), da Polícia Judiciária, mas a intervenção do Serviço de Informações de Segurança (SIS) surge quando ganha força a possibilidade de o assalto ter sido planeado e protagonizado por um grupo estrangeiro.
Ao SIS foi pedido que faça o contacto com os organismos congéneres europeus, no sentido de tentar encontrar um padrão de actuação comparável ao do grupo que actuou em Portugal.
Um dos elementos mais invulgares e significativos é a utilização do explosivo plástico C4 para rebentar a porta blindada da carrinha de valores. Trata-se de um explosivo não-comercial e cuja utilização é sujeita a um enorme controlo por parte das autoridades dos vários estados.
A DCCB, por seu turno, está a estabelecer contactos internacionais através da Interpol, uma vez que esta Polícia também dispõe de informação que pode levar à identificação dos autores do assalto.
É que o planeamento milimétrico, a recolha da informação, a escolha do equipamento e a execução do crime faz as autoridades suspeitarem que se trata de grupos especializados neste tipo de roubos violentos e sofisticados. Pensa-se que, eventualmente, os executantes poderão ser elementos com formação militar, contratados para a execução do golpe.
Ontem, o crime ainda estava longe de ficar esclarecido, sabendo-se apenas que a carrinha transportava dinheiro para hipermercados e multibancos do Algarve. Embora o seu valor não seja do domínio público, não deverá ser menos de 100 mil euros.
Obs: Treino, expertise, material especializado, conhecimento do terreno com ensaios no local à mistura e acompanhados de cronómetro na mão, elevada precisão e máquinas de alta potência (para executar a fuga) - tudo ao dispôr duma equipa de homens que executaram o que planearam cirúrgicamente. Digamos que esta gente não frequenta universidades de Verão nem executa sequestros em Campolide. E como profissionais do crime pouparam a(s) vida(s) aos condutores da carrinha de valores.
Digamos, por outro lado, que a eficácia de actuação em rede oferece aos participantes melhores possibilidades de sucesso [imediato] operacional do que a actuação individual, embora, a prazo, podem expôr-se à delação. DEpende da consistência da relação entre os agentes do crime.
Sugira-se às autoridades que se crie um saco azul para fazer uma oferta substancial a quem der informações precisas acerca do seu paradeiro. Sendo que as informações falsas ou falsas informações sejam consideradas crime.
Enfim, mais um desafio para o MAI e suas dependências. Isto não está fácil, pois os bandidos apresentam-se à sociedade já com muitos doutoramentos, e são tão rápidos a aparecer quanto a desaparecer. Parece ilusão, mas não é porque o dinheiro desaparece sempre do sítio onde estava...
No dia em que o vil metal perder o seu valor estou para ver o que motivará os assaltos!?