Mais uma farpa de Meneses a Ferreira Leite. Um ataque cartesiano...
O JN agora tem o hábito de trancar os artigos, à semelhança do jornal de belmirro de Azevedo. Julga que assim leva as pessoas a comprar o jornal de papel(?!), está enganado. Podia seguir o exemplo do DN e liberalizar a consulta, fidelarizaria mais os seus leitores. Resultado: o artigo do JN é aqui citado via Público, e amanhã ninguém irá ver o jornal do Norte na sua versão de papel. Os blogues são mesmo terríveis... o sublinhado é nosso.
Luís Filipe Menezes ataca silêncio de Manuela Ferreira Leite
22.08.2008 - 11h04 PÚBLICO
Luís Filipe Menezes, ex-líder do PSD, desfere hoje uma forte crítica contra a direcção de Manuela Ferreira Leite, cuja política de silêncio durante o Verão é considerada errada, entre outras razões porque considera que dá espaço ao primeiro-ministro para marcar a “rentrée”.
Para a o presidente da Câmara de Gaia, que faz o seu ataque num artigo de opinião publicado hoje no “Jornal de Notícias”, “as vitórias baseadas exclusivamente no falhanço alheio são efémeras” e “o actual silêncio da direcção do PSD está errado”, porque “um país em dificuldades não foi de férias e precisava de ouvir a voz de uma oposição alternativa e porque “deu espaço para o primeiro-ministro marcar a ‘rentrée’ com uma leitura enviesada sobre a economia e o emprego”.
Num texto de tom irónico, Menezes enumera vários momentos em que considera que Manuela Ferreira Leite perdeu oportunidade para marcar posição. O sobrecusto das empreitadas das novas auto-estradas, a Festa do Pontal (no Algarve), os estudos arqueológicos adiados para acelerar a empreitada na barragem do Sabor, a guerra na Geórgia, a onda de criminalidade violenta ou a polémica sobre o desempenho da selecção olímpica são situações apontadas como necessitando de uma posição do PSD no momento.
Há também uma crítica ao estilo distante dos ambientes populares da actual líder. “Recordo os pontais de Sá Carneiro, Cavaco Silva, Fernando Nogueira. Líderes horrivelmente viciados numa política pé-descalço, própria do parque jurássico da democracia. Agora, com esta direcção, os Obama, os Clinton e os McCain deste mundo passaram a ser o paradigma de uma atitude ultrapassada de viver a democracia. Maus exemplo de andar anos a mendigar votos às bases partidárias”, escreve Menezes.
“Em democracia nada substitui o carinho e mobilização da base social de apoio partidária”, diz o antigo líder social-democrata, que sugere que a nova direcção do PSD defende uma tese inversa à do filósofo francês Descartes: “Não existo, logo penso” – trocadilho que dá título ao seu texto.
Obs: Confesso que começo a achar piada a este novo Meneses de Gaia, portador duma ironia com tique filosófico mas com fibra e de elevado nível de ataque pessoal e político a Ferreira Leite, um completo azar para o psd. Até pensei que Meneses defendesse que Ferreira leite devesse recuar no tempo e fazer uma perninha com o Marquês de Pombal, em homenagem aos esforços pela reconstrução de Lisboa na sequência do terramoto de 1755. Ou então, como alternativa, e dada a escassa valia política de leite, pedir-lhe, ao abrigo de um programa camarário de restauro de monumentos da cidade, limpasse a estátua do Marquês - alí ao pé do Parque Eduardo VII - onde Paulo Portas costuma ir comprar livrinhos, por ocasião das feiras anuais que alí se realizam... Enfim, Meneses consegue ser hoje mais eficaz como articulista ao tentar abater pessoal e politicamente Ferreira leite, do que o foi como agente político. O que fará dele, seguramente, mais um caso de paradoxo político do que analista sério e de político consistente. Estas são algumas das ironias do Norte que se quer vingar do psd sulista e elitista liderado por Ferreira leite inspirado em Pacheco Pereira.
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