quarta-feira

O PSD-esfrangalhado é o "legado" de Meneses: o ventricolo de Gaia a estagiar na Lapa

Uma metáfora do "legado de Meneses à frente do PSD - agora com logo a zul, talvez ao jeito do F.C.P. Será que foi uma "encomenda" do Pinto da Costa a Meneses só para indispôr Rui Rio?!
Confesso que nunca apreciei o estilo de Meneses a fazer política. Poderia desgostar do sujeito por ter cara de parvo, ser autor de propostas idiotas, ser ciclotímico, ter como apêndice as agências de comunicação para lhe embrulharem os miseráveis discursos, ser quezilento e virolento ao estilo do Pinto da Costa, ser ofensivo da pessoa dos outros, como foi para com Marques Mendes - a que Meneses nem aos calcanhares chega por mais que se estique, ter uma fraca preparação económica, social e política, dizer que o país (ou o psd) está dividido entre elitistas, nortistas e sulistas. Por tudo isto, Meneses tem revelado uma insustentável leveza do ser, alguém que só a muito custo gere com sucesso uma autarquia da dimensão de Gaia - apesar de estar profundamente endividada.

Este conjunto de razões, que reflectem o momento mais conturbado da vida interna do PSD desde o 25 de Abril, espelha bem a falta de credibilidade bicéfala que a Lapa actualmente vive: Santana no Parlamento a apanhar bonés; Meneses na Direcção do PSD a meter água: no estilo, nas propostas, no fundo, na forma... Nada alí é convincente, sustentável e credível. A prova de que as coisas são, de facto, assim, reside na elevada cotação política que o PS e Sócrates ainda têm, não obstante as dificuldades sentidas no País.

Ou seja, Meneses, numa terrível manifestação de impotência assumiu diante os tugas o seguinte: o PSD ainda não está preparado para ser governo. Mais parece o Woody Allen deitado com uma excelente parceira..., não vê melhor opção do que levantar-se e ir à prateleira apanhar a enciclopédia para ver o sinónimo da palavra ejaculação precoce. Eis o aque me faz lembrar Meneses na política à portuguesa. E quer este sujeito ser Primeiro-Ministro... Nem em África.

Mas isto não é tudo. Há, todavia, uma coisa que Meneses faz bem: enfrangalhar o partido através do apoucamento, do desprezo e até do achincalhamento dos outros. Mas antes de explicitar isto, explicito aqui uma coisinha: Meneses, quando em 1995 disse aquela pataculada sobre os Sulistas, elitistas e nortistas - só não foi sovado - (repito, sovado) porque a Segurança do Congresso o protegeu e impediu que a multidão em fúria o esmagasse. Isto diz bem da motivação dos militantes do psd e do que são capazes.

Hoje, Meneses, depois de ter chamado ditador, minorca, etc, etc, a Marques Mendes naquela vergonhosa campanha eleitoral interna (em que ele comprou os votinhos de Lopes para eliminarem Mendes), designa António Capucho e Rui Rio, dois destacados militantes do psd, de "borbulhagem". Naturalmente, e porque também já passou pela fase da puberdade e ultrapassou o acne juvenil, Manuela Ferreira Leite veio em defesa de Capucho e Rio e advertiu Meneses de falta de respeito.

Pergunto-me se é com estas formulações, cisões e outros encontrões que Meneses quer organizar, racionalizar, federar e potenciar o psd?! É óbvio que não. E porquê? Na realidade, muita gente dentro e fora do psd, sempre viu Meneses como um líder de bairro, um agente de facção, um tipo cortante, que secciona e fragmenta e não une ou federa o que quer que seja. A presença de Santana, cujo passado deixa um lastro de memória vergonhosa no país (desde a sua tomada de posse no Palácio da Ajuda), só prejudica a já débil performance de Meneses - que nem com agências de comunicação lá vai.

Perante este quadro negro, e diante a falta de líderes no PSD que assumam funções de direcção nesta fase de transição do partido e também do país, só vejo uma solução o PSD.

Pedir de empréstimo uma ou duas figuras de proa do PS que os ajude a levar esse barco por diante. Há tempos, referi aqui que um dia a Lapa ainda convida o Sócrates (em nome dos velhos tempos...) ou mesmo António Vitorino para dar uma mãosinha ao partido que agora marcha a azul. Mas não passando esta via duma mistificação completamente surrealista - caberá ao psd pensar muito o seu presente e o seu futuro. Porque ambos os tempos - com este líder de plástico - estão completamente comprometidos.

De resto, alguns amigos meus que são do PSD, como em tempos eu próprio fui (como há dias um burro idiota que vegeta na baixa pombalina teve o prazer de lembrar) me perguntavam se o Bloco de Esquerda seria alternativa.

Sugeri-lhes o PS, por uma questão de common sense e até de sanidade...
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Confesso que este PSD me faz lembrar a performance do João Luís, no vídeo infra, ao tentar vender tapetes de Arraiolos a Cavaco Silva. Meneses tenta o mesmo, vendendo as suas propostas ao País que, afinal, ninguém entende. Mal por mal, prefiro os tapetes de Arraiolos, só me faltam é salões para tanto...
Discurso Cavaco Silva (tomada de posse)