segunda-feira

Mais uma pérola da análise política em Portugal p'lo Jumento.

A imagem é da m/ responsabilidade. Mas este já tem a rodagem feita...
- Edit. Jumento -
Com o populismo a dominar o PSD, seja o populismo intelectualizado de Marcelo, o tal que para ganhar votos numas autárquicas de Lisboa mergulhou junto com os “submarinos orgânicos” do Tejo, o populismo urbano de Santana Lopes ou o populismo ruralista de Luís Filipe Menezes, Cavaco deixou de se identificar com o seu partido. Há muito que o cavaquismo deixou de ser uma corrente do PSD. Os chamados cavaquistas deixaram de ter qualquer intervenção no interior do partido, vão para onde Cavaco Silva for e enquanto as pernas aguentam, uma boa parte deles ou se retirou da política ou acomodou-se no sector privado.
Cada vez mais próximo de Sócrates e do PS, certamente mais próximos destes do que de personalidades como Santana Lopes, Menezes o mesmo Durão Barroso, Cavaco Silva sentia algumas dificuldades em “trair” o partido que o projectou enquanto na sua liderança estivesse um Marques Mendes que desde a primeira hora foi um dos seus mais fieis apoiantes. Apostando em Sócrates para as próximas legislativas restava a Cavaco manter Marques Mendes com pequenos balões de oxigénio, um pacto para a justiça hoje, um veto uns dias depois.
Com a vitória de Menezes está aberto o caminho para a vitória de Cavaco Silva nas próximas presidenciais sem que essa vitória dependa do apoio do PSD. Será muito mais natural o apoio do PS a uma recandidatura de Cavaco Silva do que o foi o apoio do PSD a Mário Soares quando este se recandidatou. Cavaco poderá ser o que mais deseja, o presidente de todos os portugueses durante um longo período de estabilidade política e de progresso, para isso conta com os votos do PSD e o governo do PS.
Obs: Envie-se cópia para Belém, para a Lapa (via V.N. de Gaia) e para S. Bento.