Simples evocação a Bertrand Russel
Se a todos fosse dado o poder mágico de ler nos pensamentos dos outros, suponho que o primeiro resultado seria o desaparecimento de toda a amizade; o segundo, no entanto, podia ser excelente, pois um mundo sem amigos tornar-se-ia tão intolerável que talvez aprendêssemos a amar-nos uns aos outros sem necessidade de um véu de ilusão a ocultar que mutuamente não nos consideramos absolutamente perfeitos. Em suma: aquilo que pretendo dizer, deduzidas as sábias palavras de Russel e o texto do post infra do Jumento (que hoje deve estar orgulhoso por aparecer ao lado do maior filósofo do séc. XX, além de ter emparedado o DGI) - é que podemos viver sem chamar "filho da puta" a ninguém. Basta chamar filho da mãe, embora não tenha tanto gosto e o stress não é tão dissolvido, como açucar em café. Isto, claro está, na impossibilidade de fazer como S. Francisco de Assis - que tinha tanto amor para dar que até se abraçava às árvores. Um amigo um dia experimentou fazer isso no Metro a uma espanhola - e levou um par de estalos. E no final ainda descobriu que não era espanhola, mas italiana - que percebia bem o português. Sempre disse que Lisboa está cada vez mais insegura, hoje só podemos sair à rua acompanhado dum Pitbull...
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