O Portugal-piroso e massificado das artes & culturas e outras farturas
Sempre que o eng.º Belmiro de Azevedo inaugurava um hiper-mercado, que fez as delícias da classe média da década de 90 durante o cavaquismo, o Portugal urbano encaminhava-se como cordeirinhos para essas grandes superfícies de distribuição. Em 2000 o rebanho lá foi prestar vassalagem à catedral do consumo no Centro Comercial Colombo, frente ao Glorioso. Ontem foi a vez do Portugal da tanga meio culturalóide se dirigir ao CCB para observatar, em massa e de forma sôfrega (como se estivesse na fila para o estádio de futebol para assistir ao seu team). E depois fazem como o Samora Machel na Gulbenkian, quando este via os quadros em passada de ganso. Meus Deus, se tivéssemos dúvidas acerca do Portugal saloio que ainda hoje temos e somos ontem, no CCB, registámos um indicador objectivo dessa triste realidade. Seria bem feito que alguns daqueles quadros caíssem na tola de alguns cromos que acediam à arte como quem pede uma fartura ou um cachorro numa rolote no átrio de um estádio de futebol. Em suma: continuamos broncos. E o pastor tem nome, e o "cãosinho" apareceu ao lado...
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