domingo

As escolhas de Marcelo ao levezinho: a insustentável leveza do ser...

Cada vez gosto mais de ouvir Marcelo, pois dá para estar na varanda, no wc, no quarto e ir ouvindo intermitentemente porque nunca se perde nada. Dá-me a sensação que dantes o professor preparava as lições a fim de apresentar os casos da semana com alguma profundidade, mas cada vez mais me convenço que ouve a tsf 10 min. antes de entrar no estúdio e isso basta. Eis o Marcelo levezinho, qual insustentável leveza do Ser.. O resultado é um Marcelo cada vez mais ausente, sem peso nem valor, representando análises mais leves que o ar, tornando-se semi-real, uma sombra do que já foi, acompanhando tudo com movimentos histriónicos, trejeitos faciais tão livres quanto insignificantes. Por vezes parece-me que está a provar comida indiana ou a fazer uma prova de vinhos, qual escansão feito à pressa...
António Costa é muito bom, faz o pleno; a Helena Roseta, coitada, é determinada, mas também é louca e nunca esperou por A.Costa; o PcP crónicamente nunca tem candidato próprio, pendura-se nas alianças com o PS; o Sá Fernandes fiscalizou bem o Executivo mas saíu desgastado; Portas não irá conseguir apresentar Bagão Félix e por aí fora num desfile de superficialidades de mesa de café. Carmona, deverá recolher a casa, sem mais. Vitorino poderia substituir com nível A. Costa como ministro de Estado, mas não está para isso, pois nem PM quis ser, quanto mais MAI. Todavia, há bom senso nisto tudo, mas confesso que esperava mais, muito mais. Noto que desde que Marcelo saíu da TVI - aquando da pressão exercida por Pais do Amaral preocupado com as críticas que Marcelo fazia a "essa coisa" chamada governo de SLOpes - ele nunca mais foi o mesmo.
O que Marcelo disse de Blair que não seja já de vulgo acesso: Iraque ou reforma da esquerda europeia (??) com Marcelo a considerar Guterres como o herdeiro (natural) de Blair, mas não foi; Socas não tem essa capacidade. Umas frases soltas, desgarradas..
O resto de Marcelo são os livros sobre vinhos e receitas numa gastronomia lusa... Ainda bem que outros analistas da nossa praça, bem mais densos, têm o bom senso de não apresentar livros. Evita-se a replicação desse erro.
Por este andar atrevo-me a dizer, salvo melhor opinião, que Marcelo está progressivamente a perder profundidade analítica e capacidade de ir para além daquilo que o common sense consegue antecipar. Quanto a mim, isso tem uma dupla explicação: falta de aplicação no TPC e sol a mais na praia do Guincho.. Uma 3ª explicação pode decorrer da qualidade dos vinhos que Marcelo divulga, esperemos que não os prove..
Então prof. Marcelo!!! Aprume-se..