domingo

Lisboa merece melhor, diz Helena Roseta, e acertou

Lisboa merece melhor (link Jumento)

Quem o diz é Helena Roseta e acreditem ou não o melhor a que ela se refere é ela própria. Fez a festa, atirou os foguetes e está convencida de que vai apanhar as canas, ainda antes de Manuela Morgado ter despachado Carmona Rodrigues já estava a escrever a Sócrates sugerindo-lhe o seu próprio nome para candidata do PS, como não obteve resposta entregou o cartão e criou um movimento de independentes e dois dias depois já tinha sede de candidatura e andava na Baixa a recolher assinaturas.

Esta Helena Roseta faz-me lembrar os padres que se casam, nunca sei se pecaram antes ou depois.

Obs: O tempo e o modo com que HR fez as coisas denunciam as verdadeiras motivações da senhora. Uma premeditação infeliz e calculista, revelando o pior das jogadas de bastidores que ela aprendeu com os partidos nos quais militou: o PSD e o PS, ainda acabará no BE. De facto, ela é muito rápida, para arquitecta na política. Faz-me lembrar a estória o Pepe rápido, muito famoso nas festarolas de província. E quando aparecia o Pepe as meninas ficavam efusivas, mas as mães dessas meninas davam em cima, sob pretexto de que o Pepe era rapidíssimo na conquista, o que poderia implicar problemas. Um dia o Pepe chega à festa e pede è menina Leninha para dançar, esta acedeu com gosto e ao termo de uns segundos o Pepe pede-lhe que relaxe um pouco as pernas.. Ela perguntou se era para entrar, o Pepe respondeu que era para sair.

Roseta, por analogia, fez-me lembrar o Pepe rápido da política lusa, mais rápido do que a sua própria sombra. Os fiéis seguidores da senhora, porque a conheceram, trabalharam com ela (ainda que indirectamente) - como sucedeu ao Memórias Futuras - e por outras razões irelevantes para o caso, alimentam essa nostálgia da febre, espécie de chama marxista da transformação do mundo por via revolucionária, por vezes por recurso à bomba, coisa que nem o sábio Marx defendeu. Mas nestas coisas, há sempre os mais papistas do que o próprio Papa. E tudo isto é mais grave porque a situação é sempre mascarada de sonho, de causa, de utopia, de ideal...

Pois bem, tragam a guitarra à senhora porque ela quer actuar. E agora já tem uma causa: Sócrates não lhe respondeu, motivo suficiente para ela se vitimizar, fazer a habitual choradeira e transformar estas eleições intercalares - num caldo de carpideiras da política que não ajudam ao esclarecimento de nada.

Mas é como o meu tio refere no seu interessante artigo no seu blog, Memórias Futuras, a ela Helena entra candidata independente à presidência da Câmara Municipal de Lisboa e sairá vereadora. Mais vale este elogio fúnebre do que as pessoas perderem-se na droga ou noutro vício qualquer.